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68. Sexualidade, gênero e processos subjetivos

Coordenador@s: Anna Paula Uziel (UERJ), Mara Coelho de Souza Lago (UFSC)
Os estudos sobre gênero e sexualidade tradicionalmente têm despertado interesse dos pesquisadores das ciências sociais e vêm colocando em diálogo profissionais do campo psi. Esta proposta de ST se pretende interdisciplinar, na reunião de trabalhos de temáticas diversas que contribuam para atualização e aprofundamento dos estudos sobre sexualidade e gênero, desenvolvendo reflexões sobre processos subjetivos. Busca dar continuidade ao ST realizado no FG8, em que pesquisador@s de várias regiões do país e do Mercosul dialogaram sobre os temas de gênero, subjetividade, sexualidades, extrapolando fronteiras geográficas, disciplinares e intersubjetivas, no compartilhamento de reflexões e pesquisas sobre questões que são de interesse de tod@s e de cada um.

Local: Sala 309 do CFH

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Maria Cristina de Oliveira Athayde (Prefeitura Municipal de Florianópolis)
    A sexualidade em cena: um olhar historiográfico sobre periódicos feministas de Brasil e Argentina (1974-1985)
    A partir de uma análise comparativa, proponho a compreensão da maneira como três periódicos, sendo um da Argentina e dois do Brasil, discutiram as questões relacionadas ao sexo e ao prazer, que faziam parte das reivindicações do movimento feminista pós-1960, expressas pelo slogan “O nosso corpo nos pertence”. Minha intenção neste trabalho é analisar criticamente os discursos das escritoras, jornalistas e militantes que publicavam seus textos nos periódicos feministas, e também nos da grande imprensa, tendo em mente que esses escritos estiveram permeados de intencionalidade e foram produzidos em um locus específico, de mulheres que escreviam para outras mulheres. Ao lado disso, busco entender como essas representantes da imprensa feminista, parte da chamada imprensa alternativa, traziam para o seu público leitor – em sua maioria composto por mulheres – as questões pertinentes à sexualidade, ao prazer e ao corpo, que estavam sendo debatidas naquele momento pela mídia mais ampla nos dois países. O cenário das ditaduras militares completa o quadro, trazendo relações ambíguas vividas pelas feministas, de alianças políticas até o silêncio diante de alguns temas centrais do movimento, forçado pela repressão e pela ameaça do regime militar.
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  • Pedro Paulo Gastalho de Bicalho (UFRJ), Aline Gomes de Carvalho (UFRJ), Luan Carpes Barros Cassal (UFRJ)
    Cartografando discursos em abrigos para adolescentes institucionalizados: por uma desconstrução das relações de gênero e expressões de sexualidade
    O presente trabalho versa sobre pesquisa-intervenção vinculada ao projeto “Garantia de direitos na vida de crianças e adolescentes pobres: história e configurações atuais” (FAPERJ). Primeiramente, tratou-se de cartografar as relações de gênero que são produzidas e atravessam as vidas de adolescentes institucionalizados do sexo masculino, dentre 10 a 13 anos. Posteriormente, o trabalho debruçou-se sobre adolescentes do sexo feminino, de 13 a 18 anos. Ambos os grupos, foram realizados em casas de abrigamentos da prefeitura do Rio de Janeiro. Tendo em vista que as instituições aparecem como mecanismos disciplinares para a permanência da organização social historicamente construída, podemos tomar a adolescência como conceito absorvido pelo meio institucional, que se mantem num espaço entre a tutela e a autonomia, permitindo sua utilização para uma forma de disciplinamento dos corpos. Utilizando o método da cartografia e o dispositivo grupal, buscamos mapear as relações de gênero e as formas de expressão da sexualidade, propondo a problematização de referenciais naturalizados acerca dos modos de existência, na perspectiva de pensar direitos sexuais e reprodutivos como direitos humanos.
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  • Tânia Pinafi (UNESP), Wiliam Siqueira Peres (UNESP)
    Cartografias das produções discursivas nos Movimentos de Gays e Lésbicas: (im)possibilidades dentro do sistema andro-heterocêntrico
    Este projeto de pesquisa refere-se a um estudo sobre as linhas de subjetivação que favorecem ou impossibilitam aproximações entre gays e lésbicas nas lutas emancipatórias e de defesa dos direitos sexuais e humanos. Para o desenvolvimento deste trabalho serão realizadas entrevistas em profundidade com militantes gays e lésbicas, de períodos distintos, buscando compor interfaces com categorias de classe, raça/etnia, gênero e geração. A partir da coleta de dados, será possível construir cartografias, acerca das produções discursivas dos(as) militantes. Considera-se que os discursos estão marcados pelas linhas de poder, que atravessam as subjetividades, construídas dentro de uma norma andro-heterocentrada e homofóbica. A proposta desta pesquisa visa colaborar com o debate a respeito das relações que se estabelecem entre lésbicas e gays no movimento social. Este estudo, também, procura oferecer subsídios para o reconhecimento de um sujeito que é ilegitimado em um sistema que o segrega socialmente, a partir de uma práxis que normatiza os corpos, os sexos e as sexualidades. O presente trabalho está sendo realizado com apoio do CNPq, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - Brasil.
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  • Vera Helena Ferraz de Siqueira (UFRJ), Marcia Bastos de Sá (UFRJ), Marina Cardoso Gondin da Fonseca (UFRJ)
    Discursos e práticas construtores de identidades de estudantes universitários de Farmácia: questões de gênero e sexualidade
    Este trabalho, embasado nos estudos culturais e em noções pos estruturalistas sobre identidade, poder, sexualidade e gênero, apresenta um estudo empírico conduzido com base na idéia de que importantes aprendizagens ocorrem em locais não formais da universidade que influem na construção dos indivíduos como estudantes, cidadãos e futuros profissionais. O contexto do estudo foi uma importante universidade publica no sudeste do país e os dados foram obtidos através da observação de atividades do tradicional trote universitário, de entrevistas com estudantes de farmácia, e da observação de alguns discursos materializados em cartazes, banners, etc. presentes no prédio do Centro de Ciências da Saúde. Identificamos situações no trote em que o sexismo, assédio moral e falta de ética prevalecem, sempre travestidos como brincadeiras e “pegadinhas”. Significados sobre a sexualidade estão imbricados com questões de gênero e de consumo: os corpos (principalmente femininos) são expostos para arrecadar dinheiro durante o “pedágio”, que é usado para financiar festas, cujos anúncios espalhados pelos corredores prometem muita bebida e prazer. Esses discursos e práticas, construtores de conhecimentos e significados sociais, deveriam ser levados a sério pela universidade.
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  • Glauco Batista Ferreira (UFSC)
    Eu aceito (a identidade), Eu respeito (a diferença): reflexões sobre categorias identitárias e o debate sobre o essencialismo - possíveis problemáticas na Parada da Diversidade de Florianópolis
    Este trabalho reflete sobre aspectos presentes na 4ª Parada da Diversidade de Florianópolis, a maior manifestação voltada à população LGBTT na região. Estas reflexões surgem em meu Mestrado em Antropologia Social (PPGAS/UFSC), com pesquisa sobre a Parada da Diversidade, buscando mapear tensões entre o mercado GLS e o movimento LGBTT acerca das “identidades” dos sujeitos aí visados. Iniciada a pesquisa empírica foi necessária a reflexão sobre algumas categorias para pensar certas dinâmicas do evento. Surgiram também preocupações teórico-metodológicas, vislumbradas a partir de pesquisa de campo etnográfica preliminar, realizada no contexto da Semana da Diversidade, nos dias 01 a 06 de setembro de 2009, precedendo a 4ª Parada. As tensões em torno da constituição identitária dos sujeitos nesta manifestação evidenciam-se como foco de reflexão ainda em aberto. Sutis movimentos em direção a afirmação de um essencialismo identitário e movimentos para sua possível desconstrução são ênfases existentes que merecem atenção na análise da Parada. Os debates antropológicos acerca das categorias de “pessoa”, “sujeito” e “indivíduo”, em seus desdobramentos atuais em torno do conceito de “identidade”, enquanto processo de subjetivação, são algumas das problemáticas que permeiam este trabalho.
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  • Tito Sena (UDESC)
    Os relatórios Kinsey: práticas sexuais, estatísticas e processos de normali(ti)zação
    Alfred Kinsey publicou seus relatórios sobre sexualidade humana intitulados "A Conduta Sexual do Homem" em 1948 e "A Conduta Sexual da Mulher" em 1953. Kinsey é reconhecido pelo pioneirismo no uso da estatística com grande amostragem em comportamento sexual e pelo mérito de desvelar publicamente frequências representativas de condutas sexuais consideradas "anormais", proibidas, ilegais ou imorais, praticadas pela sociedade estadunidense, tais como masturbação, homossexualidade, bissexualidade, sexo oral, sexo pré-conjugal e sexo extraconjugal. As técnicas de questionários para depoimentos sexuais expõem Kinsey à crítica foucaultiana do recurso da confidência para produção de livros pretensamente científicos (discursos). Utilizando-se de gráficos estatísticos para suas conclusões, os relatórios objetivamente se inserem numa lógica quantificadora, enquadradora de verdade sobre o sexo, produzindo subjetividades através de práticas de normatização (formas de saber) e normalização (forças de poder).
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Zuleica Pretto (UFSC)
    Estudos feministas e infância
    Este trabalho teve como objetivo um levantamento bibliográfico em estudos feministas sobre a temática de gênero articulada com a de infância em contextos rurais, nas últimas duas décadas. Para tal, tomou como amostra as publicações da Revista de Estudos Feministas (REF), por entender ser esta uma referência fundamental nacional e internacional nas discussões sobre relações de gênero. Encontrou-se um número reduzido de trabalhos referidos a esta temática, sendo priorizadas nas pesquisas, voltadas a ruralidade, questões sobre mulheres agricultoras, camponesas e suas relações com o trabalho, com a participação política, com movimentos sociais e planejamento familiar. No que cabe a infância a discussão é bastante escassa, e quando aparece é vinculada a diferenças encontradas na educação formal. Entendendo que a infância é um momento importante na constituição da história de vida de homens e mulheres, nos parece uma discussão importante para o feminismo, que deve ser ampliada, em especial na articulação com outras categorias sociais como família, contextos geográficos, serviços de saúde e escola. Tal problematização sobre a infância e gênero se faz uma demanda social urgente no Brasil e poderá subsidiar práticas profissionais e políticas públicas em saúde e educação
  • Jandira Aquino Pilar (UCPEL)
    Mulheres de “corpo e alma": uma análise do discurso de freiras religiosas católicas e de prostitutas
    Este trabalho analisa o discurso de freiras religiosas católicas e de prostitutas para se compreender como mulheres, cujas funções sociais apagam o “ser mulher” e evidenciam o “ser mulher”, representam-se discursivamente no momento histórico em que a mídia torna-se o aparelho ideológico determinante ao SER MULHER. Na fragmentação exercida pela mídia, há apagamento do corpo como lugar de santificação e como lugar de desejo. A mídia transforma-se em um lugar de observação de estratégias articuladas nas quais o corpo feminino é o objeto de consumo. Na “celebração do corpo feminino”, as rainhas e musas são reverenciadas, depostas, substituídas, tudo ao mesmo tempo/agora, bastando o aparecimento de outro corpo feminino capaz de manter os holofotes da mídia sobre si. O corpus foi constituído por respostas à pergunta “O que é ser mulher?”, gravadas e transcritas. Na análise, leva-se em conta que, nas atuais condições de produção, freiras e prostitutas passam por um processo de dessubjetivação que as desloca de posições aparentemente estabelecidas, submetendo-as a um novo processo de interpelação-identificação. As identidades se reconfiguram, e o corpo feminino, na contracorrente dos sentidos instituídos, pode ser o ponto de contato entre o sagrado e o profano.
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  • Marivete Gesser (UNIPLAC), Adriano Henrique Nuernberg, Maria Juracy Filgueiras Toneli (UFSC)
    Subversões e permanências na vivência da sexualidade de mulheres com deficiência física a partir da mediação de um grupo de apoio
    Dar visibilidade à experiência sexual da pessoa com deficiência é um ato político, pois possibilita a desnaturalização da ideia de que esse tema não é importante na produção do conhecimento e na atuação profissional. O presente trabalho teve o objetivo de caracterizar as mudanças e permanências ocorridas na forma de as mulheres com deficiência física vivenciarem a sexualidade a partir da participação em um grupo de mulheres voltado à problematização de questões relacionadas a gênero e deficiência. Participaram da pesquisa oito mulheres com deficiência física. As informações foram coletadas por meio de entrevistas em profundidade e analisadas com base na metodologia de análise de discurso. O referencial epistemológico norteador da pesquisa foi o da Psicologia Histórico-Cultural articulado ao Modelo Social da Deficiência e às Teorias de Gênero. A análise das informações evidenciou que a constituição da sexualidade é um fenômeno complexo, mediado principalmente pela imbricação da deficiência física com as questões de gênero e de classe social e que a participação no grupo de mulheres com deficiência contribuiu, em diferentes intensidades, para o processo de subversão a algumas normas e convenções sociais relativas à sexualidade e à deficiência.
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  • Jéssica Ferreira (UERJ)
    “Se vira! Você não é quadrada, é redonda!” Gravidez e sexualidade: “não-diálogo” entre médicos e gestantes em uma maternidade pública em Salvador-BA
    A idéia é pensar como são as relações entre médicos e pacientes sobre um tema recorrente durante a gravidez: sexualidade de gestantes no último trimestre de gestação em uma maternidade pública de Salvador. O tema vem da experiência pessoal de gestante nessa maternidade quando dialogava com médicos e outras gestantes sobre dúvidas relativas à sexualidade; a forma como elas as colocavam para os médicos, as respostas e comentários desses últimos entre si. O título do trabalho foi ouvido por mim em uma conversa entre um residente e um médico, após uma consulta na qual a gestante queixava-se de incômodo nas relações sexuais atribuído à barriga. A hipótese inicial do projeto é de que a dificuldade de diálogo passa pelas diferentes compreensões que cada segmento tem sobre a experiência da gravidez como “estágio da ou para a maternidade” (Lo Bianco, 1985), que tem embutido em si questões físicas e biológicas e morais/culturais. Discussões sobre o corpo feminino, o ideário sociocultural sobre o “ser mãe” e práticas sexuais, as relações entre ciência, cultura e senso comum, conceitos e relações entre leigos e cientistas, e entre diferentes classes sociais estão no cerne da proposta ora apresentada para início de um diálogo que ajude a pensar com mais propriedade o “não-diálogo” apontado.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Camila Diane Silva (UNIVILLE/UFSC)
    (Re)significando espaços e relações sociais em um lugar chamado Presídio
    Inspirada nas internações em mosteiros e reclusões em celas, característicos da Igreja Católica no período medieval, tem-se início a pena privada de liberdade e o isolamento social como principal caráter punitivo. Por conta deste isolamento com o “mundo externo” a/o apenada/o passa a (re)significar o espaço e suas relações sociais, refletindo assim em uma nova organização e estruturação de poderes, valores, códigos e normas de convivência. Partindo da premissa que aquele ambiente celular passa a ser a sociedade em comum, a sociedade paralela de mulheres e homens oriundas/os de diversos lugares e realidades sociais, que encontram-se sob o mesmo espaço, compartilhando da mesma realidade. Em pesquisa desenvolvida nos anos de 2008/2009 com a Ala Feminina do Presídio Regional de Joinville/SC e egressas/os do sistema prisional da cidade, foi possível identificar os reflexos e transições que a vivência e/ou passagem pelo cárcere teve nas vidas e modo de ser destas/es mulheres e homens. As memórias refletem uma organização social composta de códigos específicos, seja na linguagem ao revelarem palavras (re)inventadas que traduzem sua realidade, seja nas relações hierárquicas de gênero ou nas afetivas (visitas intimas, patuás) e homoafetivas vivenciadas e/ou experienciadas no cárcere.
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  • Lívia Gonsalves Toledo (UNESP - Assis)
    Biopoder, gêneros e sexualidades: articulando desejo, (in)visibilidade e processos de exclusão na vivência das lesbianidades
    A partir de uma perspectiva pós-estruturalista de entendimento da subjetividade sempre em processo de (re)construção, e tendo em vista o uso de gênero como categoria analítica, esse trabalho apresenta uma pesquisa de doutorado, ainda em andamento, que propõe compreender como se articulam desejo, (in)visibilidade e processos de exclusão na vivência das lesbianidades. Pretende-se ampliar uma pesquisa de mestrado que estudou as influências de estigmas e estereótipos sobre as lesbianidades nas narrativas de história de vida de mulheres lésbicas (Toledo, 2008). Esse estudo apontou que a ação dos estigmas e estereótipos estudados, baseados no sistema sexo/gênero e na heteronormatividade, são ferramentas do biopoder, e que as lesbianidades apenas são aceitas quando são invisibilizadas ou se apresentam compatíveis com esse sistema de poder. Participarão dessa pesquisa mulheres que vivenciam as lesbianidades, para apreender seus processos de subjetivação relacionando seus desejos aos registros sociais de (in)visibilidade e exclusão. O que vemos até momento é que, no contexto estudado, o discurso familiar parece funcionar como o principal dispositivo de controle sobre as lesbianidades. Essa pesquisa está sendo financiada pela FAPESP - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
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  • Edson Vasconcelos (FACENE/FAMENE/UEPB)
    Conjugalidades em deslocamento? O caso dos swingers
    Atualmente pode-se considerar a conjugalidade como espaço expropriado para a imaginação e o encontro com o que está de fora. Em tempos contemporâneos, onde os relacionamentos são cada vez mais fugidios fica a questão: qual é o papel das relações conjugais? De que forma elas se configuram no solo arenoso da multiplicidade de desejos e a compreensão do casamento não só como instituição patrimonial, passagem do modelo de “casal-cadeia” ao “casal duo”, mas também como relação estratégica, com o objetivo de partilhar/realizar desejos? Este trabalho tem o objetivo de contribuir com a temática tendo como foco os casais praticantes de swing. Estes casais podem ser vislumbrados do ponto de vista de um processo de conjugalidade em movimento? Como suas práticas sexuais se projetam enquanto instrumento para estabelecer-se como sujeitos em uma relação conjugal? De que maneiras seus desejos de realocações atuam em espaços imaginados e no encontro com identidades plurais? Seguindo a trilha de Giddens, até que ponto, os casais que praticam swing aproximam-se do modelo de “relacionamento puro”, onde as subjetividades poderiam ser definidas a partir do modelo de individualismo hedonista ou se, estão reproduzindo as conhecidas hierarquias de gênero, em novos contextos de maior liberalidade sexual?
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  • Eduardo Steindorf Saraiva (UNISC - RS)
    Dinâmicas amorosas na perspectiva de gênero: relato de uma pesquisa no interior do Estado do Rio Grande do Sul
    Neste trabalho serão apresentados alguns dos resultados da pesquisa intitulada Dinâmicas amorosas e conjugais na contemporaneidade, realizada em uma cidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul, envolvendo mais de 100 sujeitos, entre homens e mulheres. Através da aplicação de questionário construído pelo grupo de pesquisa, e de entrevistas dialogadas, foram abordadas temáticas como: distinções entre relação sexual e relação amorosa; características listadas por homens e mulheres quando da escolha de parceiros; motivos para dissolução do vínculo amoroso-sexual; expectativas em relação ao casamento; influência da relação parental nos seus vínculos atuais. Além desses, foram abordados temas sobre a violência nos vínculos, a questão da homossexualidade e da religião. Os resultados apontam mais proximidades do que divergências, nas respostas de homens e mulheres.
  • Epitacio Nunes de Souza Neto (UFPE)
    Quem come é quem engole: a subjetividade na construção das performances de gênero entre os boys de programa de Recife
    Este estudo tem como objetivo refletir sobre as subjetividades envolvidas no processo de contrução e estruturação das performances de gênero entre os boys de programa de Recife, a partir de pesquisa etinográfica realizada nas ruas da cidade. As teorias construcionistas da sexualidade e do gênero sugerem que as relações sexuais comerciais entre homens encontram-se fortemente estruturadas nas dicotomias boy/bicha e ativo/passivo, balizadas pelo fato de alguém supostamente ser penetrado. Em Recife, tal fato assume sentidos e dimensões diferentes a partir das marcações de sexo/gênero e fontes privilegiadas de prazer corporal. O ato de penetrar o cliente garante ao boy à supremacia de sua masculinidade, porém inversamente, ao ser penetrado será destituído da posição de macho viril e dominador e perderá o status de boy. O dilema que margeia as relações de poder em tal fenômeno parece centrado no ânus e não no pênis, e as várias relações de poder inscritas nos corpos dos boys e dos clientes re-dimensionam o discurso sobre as categorias de gênero, pautadas no modelo ativo/passivo.
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  • Darlane Silva Vieira Andrade (UFBA)
    Reflexões sobre sexualidade e gênero a partir de pessoas solteiras em Salvador
    Esta comunicação apresenta reflexões construídas em pesquisa de doutorado no PPGNEIM/UFBA, cujo objetivo é compreender como se constroem os significados, as práticas e as concepções que homens e mulheres adultos, de classe média em Salvador têm em torno da configuração de um estilo de vida na condição de serem solteiros. A temática da sexualidade e gênero perpassa o estudo e traz questões para se pensar em processos subjetivos para homens e mulheres. Os dados preliminares foram colhidos através de três grupos focais, com a participação de sete pessoas de ambos os sexos, com idades entre 31 e 47 anos, solteiras (sem um relacionamento amoroso estável), exercem atividade remunerada, moram sozinhos, em bairros nobres. Os grupos trataram das concepções e experiências sobre ser solteiro(a) e morar sozinho(a) em Salvador, preconceitos, solidão, expectativas para o futuro. Serão apresentadas as questões que remetem ao exercício da sexualidade, que tem se dado com base em um discurso de liberdade sexual, de autonomia sobre o corpo, apontando rupturas com padrões normativos. O discurso da preservação da individualidade também existe, assim como diferenças de gênero e geração, apontando que algumas rupturas têm sido feitas, mas muitas práticas e construções tradicionais ainda permanecem.
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  • Carla Luzia de Abreu (Universidad de Barcelona)
    Sexualidades desobedientes. Gêneros, subjetividades e identidades nao normativas nas redes sociais virtuais
    O objetivo desta pesquisa é analisar as construçoes das identidades de géneros e sexualidades não normativas nas redes sociais virtuais, ou seja, as identidades desobedientes a heteronormatividade, ressaltando as caracteristicas dinamicas e fludias da internet que proporciona um espaço favoravel a liberdade criativa e potencializa a exploraçao de prácticas de subjetividade, em que os sujeitos têm a oportunidade de estar constantemente se reiventado, abrindo oportunidades para a construçao de identidades plurales que comumente violam as determinaçoes impostas as categorias de gênero e de sexualidade do sistema heteronormativo.
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  • Carla Maria Lobato Alves (UFMA)
    Vivências da sexualidade e relações de gênero
    Este trabalho aborda um estudo sobre mudanças e/ou permanências nas relações de gênero tendo como foco de análise as vivências da sexualidade de mulheres idosas em São Luís, Maranhão. Analisa vivências de desejos e práticas sexuais de mulheres idosas diante das diferenças entre os modos nos quais homens e mulheres foram socializados nos “padrões sociais” de conduta de sua época, que concebia distintas condutas normativas frente a virilidade, fidelidade, virgindade, desejo e satisfação sexual. O estudo tem sido orientado pelas abordagens teóricas de Bozon (2004), Foucault (1997), Le Breton (2006) e Mascaro (2004), bem como através da análise de entrevistas registradas pela utilização da técnica de História de Vida que enfocam questões relativas às etapas da vida, às mudanças corporais atreladas tanto à reprodução quanto ao processo de envelhecimento, às relações de gênero no âmbito familiar/geracional e as relações afetivas/casamento. Cabe enfatizar que esta é uma pesquisa de mestrado ainda em andamento.
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