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54.1 Gênero e autoria feminina

Coordenador@s: Dilton Cândido Santos Maynard (UFS), Márcia Ramos de Oliveira (UDESC)
Como proposta a este Simpósio Temático pretende-se abordar a canção brasileira sob suas múltiplas faces, enquanto expressão da oralidade, através da palavra cantada. Levando-se em conta que, tal forma discursiva é como tal miscigenada, decorrente da justaposição de diferentes elementos de linguagem, e seus espaços (e ciberespaços) de difusão, possibilitando variadas percepções acerca dos enfoques a que se propõe enquanto forma de comunicação. Neste sentido, através da canção enquanto ambiente simbólico e relacional, é possível vislumbrar na cultura brasileira diferentes ênfases e interpretações acerca das relações de gênero, da cultura migrante, da emergência dos regionalismos, dos sentimentos e preconceitos associados a noções de identidade e pertencimento que tal expressão propicia.

Local: Sala 603 do CED

Resumos


25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Natalia Borges Polesso (UCS)
    Angústia: uma análise da personagem no conto “O 35º ano de Inês” de Tania Jamardo Faillace
    Este trabalho analisa o conto O 35º ano de Inês de Tania Jamardo Faillace, sob a perspectiva dos estudos culturais e de gênero, dando ênfase à representação da figura da mulher na literatura brasileira e latino-americana. A falta de movimento da personagem central e sua resignação quanto a sua vida acentuam a idéia de opressão e insatisfação intrínseca do ser humano, especificamente, da mulher num mundo pré-fabricado de artifícios dominatórios e regulações, sentindo-se tão estrangeira a ponto de experimentar a incapacidade de vivê-lo. A análise feita levanta questionamentos sobre família, amor, sexualidade e morte. O conto é um relato de transgressões e experiências de superação e entendimentos pelo qual a personagem passa. Contextualizar e realizar uma apreciação crítica à referida obra reforça o trabalho feito por diversos grupos de estudos literários, no sentido de valorizar a escritura feminina e busca retomar o caráter perene da literatura, podendo preencher mais um vazio de silêncios e exclusões
  • Carolina Spataro (CONICET-Universidad de Buenos Aires / UNSAM)
    Sexualidades, cuerpos e historias de amor en la música romántica: configuración de identidades de género en un club de fans de Ricardo Arjona
    Entendiendo a las identidades como un proceso que tiene lugar en ámbitos históricos específicos (Hall, 2003) -que hoy están fuertemente marcadas por las lógicas de las industrias culturales-; el presente trabajo se propone indagar sobre el papel del consumo de música en la configuración de las identidades de género. Para ello haremos foco en las prácticas y representaciones que se construyen alrededor del consumo de música romántica, específicamente de la producción musical de Ricardo Arjona. La elección de éste objeto no es azarosa: sus letras hablan de cuerpos y sexualidades construyendo sentidos sobre feminidad, masculinidad y relaciones posibles entre los géneros.
    Ahora bien, el problema del vínculo entre música e identidad no es de qué manera la música expresa o refleja identidades previamente construidas; sino cómo los sujetos, posicionados en determinados espacios, dan sentido a las interpelaciones musicales, incorporándolas a las tramas de sus vidas y utilizándolas para la definición de su yo generizado.
    Es por ello que este trabajo realizará un análisis en dos planos: de la figura de Ricardo Arjona en tanto producto de la industria cultural y, simultáneamente, de la trama de sentidos que a partir de éste se construyen en el club de fans oficial del artista en Bs As.

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  • Nara Marques Soares (UFSC)
    A solidão e o grito do escrever
    Este trabalho é uma leitura do filme “As mãos negativas”, de Marguerite Duras, em que a escritora/diretora usa a própria voz para ler, em off, o poema de mesmo nome. Neste passeio da câmera pelo alvorecer de Paris, a fala de Duras sobre as mãos pré-históricas encontradas em uma caverna da França se contrapõe às imagens da paisagem urbana parisiense para “gritar” na escuridão e na solidão o que resta daquele tempo em que “a palavra ainda não havia sido inventada”. Estas imagens e este poema falam muito daquilo que Duras deixou escrito em sua autobiografia Escrever e em várias entrevistas, sobre sua condição feminina de escritora que, na solidão, aprendeu a falar com a (sua) natureza. Assim, a autora tenta atravessar os limites entre o espaço e tempo, fala e escrita, imagem e voz etc, tomando fortemente a defesa da perspectiva feminina entre as escritoras, e contrariando outras perspectivas que estiveram historicamente comprometidas com políticas e poderes dominantes.
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  • Maise Caroline Zucco (UFSC)
    Sombras de vidas: fragmentos do feminino em A Casa dos Mastros
    O presente artigo busca investigar as mulheres nos contos A Casa dos Mastros e Maira da Luz, pertencentes ao livro A Casa dos Mastros da escritora cabo-verdiana Orlanda Amarílis. Partindo da complexidade das personagens femininas, essa proposta de trabalho busca observar o caráter melancólico, solitário e as esperanças perdidas percebidas nas mulheres desses contos. Além disso, a narrativa traz a tona sentimento de falta, vivenciada/sentida no presente e que pressente um futuro sem perspectivas e desolador.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Talita Trizoli (USP)
    Tina América - o feminismo na produção conceitual de Regina Vater
    A partir da análise do trabalho "Tina América" da artista brasileira radicada nos EUA Regina Vater, proponho aqui o estudo das relações entre a arte contemporânea brasileira da década de 1970 e o Feminismo. Procuro com isso discutir a produção artística de uma geração de mulheres ainda ativas no mercado de arte, contemporâneas das vanguardas artísticas da época como a Nova Figuração e a Nova Objetividade Brasileira, inseridas também nas ações artísticas de subversão do sistema de arte vigente, mas desconhecidas do grande público brasileiro, consideradas ainda artistas de segunda categoria em relação a seus colegas do período. Dentro dessa discussão, é possível também analisar alguns dos processos de subjetivação da mulher no âmbito nacional, particularmente os produzidos pela via midiática, já que são esses os usados no processo de construção de Vater em seus trabalhos, em um período de autoritarismo político. Vater trabalha particularmente nessa peça, a partir do ato de travestimento e do registro fotográfico, os anseios de casamento da mulher de classe média, seu espaço social, suas angústias, mesclando em seu discurso visual, as preocupações cotidianas e particulares quanto à sua identidade como artista mulher, imersa em um universo restrito ainda aos artistas homens.
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  • Salma Ferraz (UFSC)
    Stella Florence: manual de não auto-ajuda
    A presente comunicação tem como objetivo analisar o romance de Stella Florence, como manual de não auto ajuda, uma vez que seus conselhos às mulheres são completamente diferentes dos manuais femininos de bom comportamento.
  • Silvana Rodrigues Quintilhano Ferreira (UENP/ UEL/ GP-CRELIT), Sergio Paulo Adolfo
    A intervenção da memória na construção da identidade da mulher negra em "Ponciá Vicêncio", de Conceição Evaristo
    Ao considerar a sociedade brasileira que ainda encontra-se, em muitos aspectos sociais, impregnada pelo poder hegemônico colonial e patriarcal, o presente trabalho objetiva refletir sobre o papel da memória como estratégia para construção da identidade cultural da mulher negra, a partir da análise da obra "Ponciá Vicêncio", da escritora afro-brasileira Conceição Evaristo. Baseando-se principalmente nos subsídios teóricos de Bonnici (2000), Hall (2005) e Bresciani & Naxara (2004), pretende-se compreender os modos de elaboração da "memória voluntária" na dimensão discursiva e o estatuto da linguagem nessa constituição, bem como analisar questões referentes à identidade cultural.
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  • Sandra Maria Job (UFSC)
    Gênero e raça sob o víes literário: uma leitura da condição das afrobrasileiras
    Desde a inserção das discussões feministas na esfera acadêmica, os estudos sobre as questões de gênero vêm sendo abordados sob os mais diversos aspectos na academia. Contudo, algumas feministas questionaram e/ou chamaram a atenção para o foco direcionado de muitas das pesquisas existentes, fazendo uma crítica implícita quanto à ausência de uma discussão maior em relação à produção de escritoras negras (CAMPOS, 1997), por exemplo, assim como outras pesquisadoras enfatizam a parca quantidade de estudos abarcando gênero, raça e classe no Brasil (CALDWEL, 2000; CARNEIRO, 1994, 2002). Com o intuito de (com)provar a necessidade de incluir raça às discussões sobre gênero, além de tentar responder quem é, como está e onde está a mulher negra no contexto social e literário no Brasil, a proposta desse estudo é discorrer sobre gênero e raça para, em seguida, analisar a representação de raça e gênero nas obras Úrsula (2004); Ponciá Vicêncio (2003) e Becos da memória (2006); As mulheres de Tijucopapo (1982), O lago encantado de Grongonzo (1992) e Obsceno abandono: amor e perda (2002), de Maria Firmina dos Reis, Conceição Evaristo e Marilene Felinto, respectivamente.
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  • Renato Kerly Marques Silva (UFMA), Sandra Maria Nascimento Sousa (UFMA)
    Grades e azulejos: mulheres maranhenses na escrita de Conceição Aboud
    Este trabalho analisa representações relacionadas à imagem da mulher, do casamento e da sexualidade na narrativa “Grades e Azulejos” da escritora Conceição Aboud (1925-2005). Publicado em 1951, o texto situa-se geograficamente em São Luís do Maranhão, local de nascimento da escritora. Ruas, casarões, mitos, fatos históricos e costumes dessa cidade disputam o foco da narrativa com as personagens centrais. Apesar do interesse da narradora pela personagem Juliana Oliveira, jovem de expressiva beleza, uma segunda personagem, Ana Cecília Martins, parece roubar a cena. Ao dar relevo ao conflito entre as personagens Juliana e Ana Cecília, a autora produz o que pode ser entendido como uma polarização entre dois modelos de mulher, de um lado um modelo caracterizado pela vaidade e ambição em oposição ao ideal de “mãe dedicada e esposa exemplar”. A partir dessa “oposição”, diferentes concepções de família, amor, fidelidade e independência, possíveis a uma mulher, são sugeridas ao longo do texto. Apesar de centrar sua atenção em personagens de uma elite econômica, Conceição Aboud fornece elementos para pensarmos sobre aspectos da sociedade maranhense e os efeitos de algumas normas sociais sobre as mulheres, sem descrevê-las como barreiras insuperáveis na São Luís dos anos de 1940.
  • Vanessa Wendhausen Lima (Unisul)
    Gênero, discurso e criação de identidade em Ana Miranda e Inês Pedrosa
    Este trabalho que tem como objetivo analisar as relações de gênero, assim como o discurso de construção da identidade feminina nas obras Sem Pecado, da brasileira Ana Miranda e Fazes-me falta, da portuguesa Inês Pedrosa. Através do estabelecimento de um contraponto entre as obras dessas autoras tento mostrar como se apresenta a identidade feminina que, conforme Hall (2000), é uma construção discursiva e múltipla. A partir disso, pretendo entender e analisar as diferenças culturais que permeiam as construções de identidade nos dois países – Brasil e Portugal. Para analisar este discurso construtor, além da Análise do Discurso, utilizo-me dos estudos culturais, que questionam como as pessoas são construídas como sujeitos pelas formas e práticas culturais e, da teoria feminista que enfatiza o impacto dos papéis de gênero socialmente construídos no processo de fazer o sujeito o que ele ou ela é. Aqui, apresento os resultados dessa pesquisa que ainda está em seu estágio inicial. Palavras-chave: gênero, discurso, identidade, autoria feminina.
  • Vinícius José Alves (CEFET-MG)
    Hilda: um furacão feminino?
    Este trabalho tem como objetivo discutir a imagem do feminino na obra de Roberto Drummond. Ao longo da história, vários autores construíram personagens de ficção e nelas inseriram representações variadas do feminino. Sob o olhar literário masculino, as personagens femininas são, muitas vezes, poderosas, persuasivas e corajosas. Parece ser o caso de Hilda Furacão, que na obra homônima representa a imagem da prostituta, alvo de preconceito social, demarcando aquele espaço "marginal". Hilda Furacão rompe com os valores tradicionais dos anos 60 e se transforma em uma personagem que luta pelas igualdades sociais. Simbolicamente, Hilda Furacão era uma ameaça às forças conservadoras. Ela oferecia resistência àqueles que detinham o poder e/ou os privilégios sociais e políticos da época. As mesmas forças conservadoras que apoiaram o Golpe militar de 64, foram as que combateram Hilda Furacão. Esse trabalho pretende, assim, analisar como se constitui a imagem de Hilda Furacão, tendo em vista a possibilidade de representação da construção de uma nova identidade para as prostitutas, por meio das experiências vividas, na ficção, por uma das personagens femininas mais emblemáticas da literatura brasileira.
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