Você está em: Página inicial » Simpósios Temáticos » 28. Formação de professoras/es: a importância das questões de gênero e sexualidade

28. Formação de professoras/es: a importância das questões de gênero e sexualidade

Coordenador@s: Cláudia Maria Ribeiro (UFLA), Marilia Gomes de Carvalho (UTFPR)
Sabe-se que o processo de socialização, onde ocorre a transmissão dos padrões de sociabilidade, regras de comportamento, valores, parâmetros morais e éticos, hoje se dá, em grande parte, no ambiente escolar, grandemente influenciado pelas pedagogias culturais que condicionam concepções de gênero e sexualidade. Assim, o espaço da escola seria frutífero para problematizar a constituição das identidades transversalizadas pelos marcadores de gênero, raça/etnia, idade, classe social, diversidade sexual, dentre outros. No entanto os cursos de formação de professoras/es não preparam, na maioria das vezes, estas/es profissionais para lidarem com as questões de gênero e de sexualidade. Com este Simpósio Temático pretende-se reunir pesquisadoras/es que tenham experiência e investigações com a formação de professoras/es a fim de que se possa discutir formas de incluir estes temas não só nos cursos de formação de professoras/es, mas também maneiras de, através da educação continuada, sensibilizar e embasar teórica e metodologicamente as professoras/es que já atuam como profissionais para trabalharem estes temas em todos os níveis de escolaridade. O Governo Federal vem fazendo um esforço para atuar junto a profissionais do magistério, através de editais que incluem temas sobre educação e diversidade; educação e gênero; educação sem homofobia; educação para a equidade, enfim uma série de possibilidades para se formar, através da educação, cidadãos e cidadãs sem preconceitos e que convivam respeitosamente com a diversidade. Quais os resultados dos cursos e ações desenvolvidos através destes editais? As /os professoras/es estão mais preparadas/os para interferirem na desconstrução de padrões tradicionais e preconceituosos com relação a gênero e sexualidade? Conseguem superar as barreiras conservadoras e propor uma educação mais democrática? Qual o envolvimento das universidades, secretarias estaduais e municipais de educação nesse processo? São questões importantes para se problematizar e subsidiar propostas inovadoras na construção de políticas públicas, com responsabilidades compartilhadas nas instâncias municipais, estaduais e federais.

Local: Sala 316 do CFH

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Vera Márcia Marques Santos (UNISINOS)
    Educação sexual e formação de professor@s: um diálogo de professoras brasileiras e professor@s portuguesas
    Este texto objetiva apresentar dados parciais da pesquisa de doutoramento sobre formação de professor@s e educação sexual, que tem como tese: que o fazer pedagógico de professor@s que atuam na educação básica ancora-se efetivamente na intuição, de professoras que atuam numa espécie de extensão de sua jornada doméstica o que faz com que este “bicho de sete cabeças”, termo utilizado por muitas, seja uma responsabilidade da mulher, portanto educar sexualmente é também uma tarefa do campo feminino, “coisa de mulher”, um grande fardo para as professoras sujeitos desta pesquisa, especialmente porque não sabem o que fazer e quando arriscam encontram a resistência e o medo da família, sendo vítimas de represálias em alguns casos, o que gera questionamentos como: o que fazer? Como e quando fazer? Ao definir o percurso a ser trilhado nesta caminhada e para melhor compreender meu objeto de estudo opto como pela pesquisa qualitativa, e busco apoio nos pressupostos da Pesquisa-Ação, utilizando como recursos o grupo dialogal e entrevistas com professor@s portugueses e professoras brasileiras, duas realidades e uma mesma causa: formação de professores e educação sexual.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Viviane Drumond (UFT/Unicamp)
    É de menina ou de menino? Gênero e sexualidade na formação da professora de educação infantil
    Este texto é um recorte da pesquisa de doutorado, em andamento,
    sobre a formação da professora de educação infantil nos cursos de pedagogia. O enfoque na educação da criança pequena nos remete a pedagogia das diferenças. Se hoje a creche representa uma conquista do movimento feminista, as discussões sobre gênero e sexualidade não tem sido contempladas nos cursos de pedagogia. Trazemos para o debate alguns episódios do cotidiano de meninas e meninos em creches e pré-escolas, onde a crianças vivenciam, nas relações estabelecidas entre elas e/ou com as professoras, os papeis de menina e de menino. Nas brincadeiras, as crianças, muitas vezes, transgridem as convenções sociais estabelecidas pelos adultos, demostram não possuir uma visão sexista, de oposição hierarquica entre os sexos. As professoras podem favorecer uma convivência com as diferenças desde a primeira infância.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Leonardo Lemos de Souza (UFMT), Paula Azevedo de Medeiros, Juliana Farias Duarte
    Gênero, sexualidade e ética na educação: um estudo com professores sobre a homofobia na escola
    A partir das perspectivas críticas sobre os estudos de gênero, da psicologia moral e do construtivismo sociocultural realizamos uma pesquisa sobre os significados de professores sobre uma situação de homofobia. Participaram 30 professores (homens e mulheres) de escolas públicas, que responderam por escrito a questões sobre os sentimentos, pensamentos e o dever dos protagonistas (alunos e professores) diante de uma situação de homofobia. Num segundo momento, realizamos uma oficina com a finalidade de produzir um espaço de coletivização e negociação dos significados das respostas às questões. Após transcrição e a leitura coletiva dos protocolos, destacamos dentre as respostas, as estratégias relatadas pelos educadores como formas de educação moral que promovam relações democráticas e de enfrentamento da homofobia, estas se constituem em: estratégias reflexivas, que buscam formas de educar que almejam a reflexão sobre o preconceito; estratégias de esclarecimento, que pretendem a partir da explicitação verbal das conseqüências situação para os envolvidos.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Constantina Xavier Filha (UFMS)
    Livros para a infância nas temáticas de gênero, sexualidades, diferenças/diversidades: possibilidades para formação docente e práticas pedagógicas
    Os livros para a infância nas temáticas de gênero, sexualidades, diferenças/diversidades podem ser utilizados como estratégias férteis de discussão, reflexão, estudo, sensibilização entre outras possibilidades teórico-metodológicas em momentos de formação docente, tanto na etapa inicial quanto na continuada. Muitos/as professores/as perguntam sobre quais seriam os livros considerados ideais para serem utilizados em suas práticas educativas com crianças pequenas. Questionam: Como articular as discussões com crianças pequenas? Como incorporar essas discussões no currículo da educação da infância? Como ler as narrativas, imagens, silêncios, ditos e não-ditos? Quais livros estão disponíveis no mercado e quais os mais recomendados para crianças? Quais representações de gênero, de sexualidades, de diferenças, de diversidades esses livros veiculam em seus textos e ilustrações? Essas questões instigaram a elaboração de uma pesquisa, com apoio do CNPq, que visa coletar livros sobre as referidas temáticas publicados nas décadas de 1930 até 2009, bem como elaborar livros para/com crianças. Os objetivos da apresentação são de socializar dados da pesquisa juntamente com relatos de experiências de formação docente utilizando-se dos livros como elementos problematizadores.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Benedito Gonçalves Eugênio (UESB)
    Narrativas de professores homens no magistério dos anos iniciais do ensino fundamental
    Este texto apresenta os resultados de uma pesquisa que venho realizando sobre o exercício da docência dos anos iniciais do ensino fundamental por professores homens no interior da Bahia. Nas cidades interioranas deste Estado ainda identificamos um número considerável de docentes do sexo masculino trabalhando com crianças. Todos os nossos investigados eram alunos de um programa de formação para professores em exercício, por meio de um convenio de duas universidades estaduais (UESB e UNEB) e duas prefeituras (Vitória da Conquista e Ituaçu) e com tempo de docência superior a 05 anos. Os dados foram coletados por meio de dois instrumentos: entrevistas e memorial de formação. Por meio das narrativas de si presentes nesses instrumentos, procuramos apreender como as questões relacionadas a gênero e constituição profissional se configuram nas trajetórias desses professores. A análise baseia-se na contribuição de Walter Benjamin, Guacira Louro e de pesquisadores que vem se dedicando ao estudo dos homens na educação da infância.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Rodrigo Saballa de Carvalho (UFRGS), Juliana Ribeiro Vargas (UFRGS)
    O léxico da heteronormatividade: problematizando discursos de professores/as dos anos iniciais do Ensino Fundamental
    O presente trabalho, constituído a partir de contribuições dos Estudos Culturais em Educação e dos Estudos de Gênero, tem como objetivo problematizar questões de gênero e sexualidade presentes em discursos de docentes dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental sobre comportamentos de alunos e alunas entendidos como desviantes de padrões heteronormativos. Em muitas situações, descrições sobre os discentes são compreendidas como verdadeiras e estáveis, uma vez que a linguagem acaba por ser percebida como “natural” (Louro, 1997). É importante referir que as questões de gênero e de sexualidade, ao serem entendidas e descritas somente como (in)adequadas, acabam produzindo identidades de gênero estáveis, constituídas por características determinadas. Assim, é possível dizer que, através da difusão de seus discursos, os docentes acabam por constituir o que Rorty (2007), denomina como vocabulários, os quais são utilizados como instrumentos de governamento e de produção de verdades sobre os sujeitos escolares. A partir das análises desenvolvidas, entendemos que os discursos docentes apresentam um léxico comum, o qual diferencia os comportamentos esperados de alunos e alunas, na expectativa que os/as mesmos/as vivenciem masculinidades e feminilidades a partir de padrões heteronormativos.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Luiz Felipe Zago (UFRGS)
    Quando a diferença range os dentes
    No que diz respeito aos corpos, aos gêneros e às sexualidades, que relações de poder-resistência e identidade-diferença produzem um incômodo generalizado entre professor@s e gestor@s em Educação? Quais substratos dão a base para a homofobia e para a misoginia entre os profissionais da Educação? Estas perguntas são lançadas no presente trabalho, fruto de uma reflexão teórica sobre a participação de profissionais da rede pública de Educação em duas capacitações sobre corpo, gênero, sexualidade, violência e saúde. A análise aqui trazida funciona como uma escansão histórico-política dos discursos que sustentam e que fazem proliferar os preconceitos relacionados aos corpos, aos gêneros e às sexualidades dentro do ambiente escolar por parte de professr@s e gestor@s. Seguindo a análise arque-genealógica proposta por Michel Foucault, usando os conceitos de gênero segundo Guacira Louro e Judith Butler, e de diferença, segundo Gilles Deleuze e Felix Guattari, esta análise centra-se na produção reiterada da heteronormatividade presente amiúde nas práticas d@s profissionais em Educação. Para isso, se faz necessária a crítica às noções de respeito/tolerância/celebração da diversidade, bem como a implosão do conceito de identidade em favor do conceito de diferença.
    DownloadDownload do Trabalho

25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Ila Maria Silva de Souza (UFLA)
    Desafios para a formação continuada docente: reflexões sobre uma experiência na área de políticas públicas de inclusão no campo da educação
    A atuação docente comprometida e formativa para os dias atuais requer “investimentos” nos processos de formação inicial e continuada, distintos dos tradicionalmente oferecidos. Existe uma tradição de educação escolar como transmissão de saberes e conhecimentos e a formação docente, em geral, caminha nesta linha. Urge construir mudanças radicais tanto nos processos formativos docentes quanto nos fomentos aos processos de implantação/consolidação de políticas públicas que assumam a função docente como educativa/formadora, capaz de diagnosticar e atuar na complexidade, de promover a formação de pessoas éticas comprometidas com a qualidade de boa vida para si, para seus semelhantes e demais seres de seu universo cultural. Nesse contexto, aqui reflito sobre uma experiência institucional de formação continuada no âmbito do Projeto Educação Inclusiva: tecendo gênero e diversidade sexual nas redes de proteção. Referido projeto tem seus pilares assentados na educação como direito humano inalienável, promotora de cidadania inclusiva e solidária, respeitosa com as diferenças e as diversidades de quaisquer naturezas, com destaque para a orientação sexual.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Raquel Pereira Quadrado (FURG), Jéssica Martins da Silva (FURG)
    Gênero e diversidade na escola: analisando propostas pedagógicas
    Este trabalho é resultante de pesquisa desenvolvida no âmbito do projeto Gênero e Diversidade na Escola, financiado pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do Ministério de Educação. O projeto foi desenvolvido com profissionais da Educação Básica da rede pública de quatro municípios da região sul do Rio Grande do Sul, para os quais foi ofertado um curso de aperfeiçoamento de duzentas horas. O curso foi desenvolvido a distância, através do sistema Universidade Aberta do Brasil, contando, também, com quarenta horas presenciais, tendo como objetivo contribuir para o debate e aprimoramento da formação em torno do respeito à diversidade e do combate às formas de discriminação envolvendo gênero, sexualidade e relações étnico-raciais no Brasil. Como trabalho final do curso, os profissionais da educação produziram um projeto de intervenção para ser desenvolvido nas suas instituições de ensino e são estes projetos que analisamos nesta pesquisa, buscando ver em que medida essa formação continuada produziu efeitos nas práticas desses profissionais, e como essas práticas poderão contribuir para o enfrentamento à discriminação e à violência de gênero, sexual e étnico-racial.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Cíntia de Souza Batista Tortato (UTFPR), Marília Gomes de Carvalho (UTFPR)
    Gênero e sexualidade no cotidiano escolar: sobre as resistências
    O objetivo desta comunicação é apresentar alguns resultados obtidos por meio de um curso de capacitação ofertado aos profissionais da rede estadual, municipal e particular de ensino de Curitiba e Região Metropolitana, do Ensino Fundamental e Médio, em 2008. Foi utilizado o método participativo visando à reflexão sobre as representações de gênero e sexualidade nas mais diversas práticas docentes no intuito de sensibilizar sobre a necessidade de buscar a equidade de gênero e o respeito à diversidade sexual na escola. Unindo pesquisa e extensão a coleta de dados acerca das resistências e dificuldades enfrentadas foi feita nos trabalhos escritos elaborados pelas(os) participantes. Como resultado, pode-se perceber algumas das dificuldades enfrentadas no cotidiano escolar quando se aborda a questão de gênero e sexualidade. As/os participantes declararam que passaram a visualizar mais claramente situações de preconceito e discriminações em sua prática, porém revelaram resistências. Ressaltaram a necessidade de maior capacitação, assim como formas para enfrentar as dificuldades colocadas pela comunidade escolar. O curso mostrou a necessidade e importância de se propiciar discussões como essas aos docentes de todas as disciplinas e de todos os níveis de ensino.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Eliane Martins de Freitas (UFG)
    O curso Gênero e Diversidade na Escola e a formação continuada
    A presente comunicção visa refletir sobre a experiência do curso de extensão Gênero e Diversidade na Escola, modalidade de ensino à distância, oferecido pelo DIALOGUS - Estudos Interdisciplinares de Gênero, Cultura e Trabalho/Campus Catalão/UFG em sete cidades-pólo do estado de Goiás. O curso envolveu, entre professoras formadoras, tutor@s, orientador@s acadêmicos e cursistas, aproximadamente 230 pessoas e deve duração de sete meses. O público alvo foi professor@s do ensino fundamental da rede pública de Goiás e foi realizado em parceria com a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade-SECAD e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres-SPM. Nosso objetivo nesta comunicação é analisar o processo de formação continuada do grupo de cursistas a partir das intervenções dos mesmos no ambiente virtual e no Memorial apresentado ao final do curso. Dentre as questões observadas, podemos destacar que, de modo geral, o debate em torno das temáticas gênero, sexualidade e diversidade deu-se a partir de um misto de interesse e estranhamento. O que observamos ao longo do curso foi uma abertura maior para o debate dos módulos de gênero e diversidade e uma dificuldade acentuada no debate do módulo sobre sexualidade. Esperamos que a análise do material produzido ao longo do curso nos ajude a formular estratégias de intervenção na formação inicial e continuada.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Maria Eulina Pessoa de Carvalho (UFPB)
    Gênero e diversidade na escola: análise de planos de ação de professor@s em formação continuada na Paraíba
    Este texto apresenta uma análise temática dos planos de ação elaborados por cursistas do Polo de João Pessoa, a maioria educadoras em exercício, do I Curso de Aperfeiçoamento/Extensão “Gênero e Diversidade na Escola”, oferecido no segundo semestre de 2009 pelo NIPAM/UFPBVirtual/UAB/SECAD/SPM/SEPPIR, no estado da Paraíba. O curso objetivava problematizar as diferenças e desigualdades de gênero, orientação sexual e raça/etnia nas práticas e relações sociais e escolares, marcadas pelo sexismo, heterossexismo e racismo, a fim de propor intervenções curriculares e pedagógicas transformadoras de preconceitos, discriminações, injustiças e violências. Um dos instrumentos de avaliação final do curso era um plano de ação, que deveria apontar problemas e soluções relativos às temáticas do curso: gênero, sexualidade/orientação sexual e raça/etnia. A análise dos planos classifica os principais problemas enfocados e examina as ações propostas pelas/os cursistas; aponta e discute dificuldades das/os educadoras/es de compreensão e aplicação dos conceitos explorados no curso à análise da própria prática pedagógica.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Anita Leocadia Pereira dos Santos (UFPB)
    Relações de gênero no recreio: análise de observações de professor@s em formação continuada na Paraíba
    Um dos exercícios práticos propostos no módulo Gênero do Curso de Aperfeiçoamento/Extensão “Gênero e Diversidade na Escola”, oferecido pelo NIPAM/UFPBVirtual/UAB/SECAD/SPM, no segundo semestre de 2009, no estado da Paraíba, consistiu na observação do recreio escolar: atividades, brincadeiras e relações entre alunas e alunos. As observações selecionadas e registradas revelam a percepção das/os cursistas sobre as atividades e relações entre os/as estudantes num espaço/tempo menos regulado pela escola, informada pelo material crítico das relações de desigualdade e dominação de gênero oferecido pelo curso. Este texto analisa uma amostra dos textos escritos das observações realizadas por 26 cursistas da cidade de João Pessoa, a maioria educador@s em exercício em escolas públicas, destacando dinâmicas de demarcação e dominação de gênero em: eventos recorrentes ou singulares, brincadeiras, padrões de relações entre meninas, entre meninos, e entre meninas e meninos. Também discute os posicionamentos d@s cursistas/observador@s.
    DownloadDownload do Trabalho

26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Marisa Barletto (UFV), Maria de Fátima Lopes, Paula Dias Bevilaqua
    A disciplina educação e gênero no curso de Pedagogia
    A disciplina Educação e Gênero é uma disciplina optativa, oferecida para o curso de Pedagogia desde 2006 na Universidade Federal de Viçosa, MG. O conteúdo programático compreende: a noção de sujeito na modernidade e na pós-modernidade, a construção histórica do corpo e do sexo, a noção de gênero como categoria analítica, as pedagogias de gênero. Assim, a disciplina permite trabalhar com autores clássicos dos estudos de gênero, assim como outros autores importantes como Bourdieu e Foucault que são pouco vistos no curso. As aulas são ministradas por duas professoras do NIEG em sala, permitindo uma prática interdisciplinar singular. A avaliação consiste em cada estudante propor um tema para ser discutido com os autores trabalhados na disciplina e construir um artigo até o término do semestre. São elaboradas em quatro fases, sendo que o texto escrito de cada fase é corrigido e orientado até a forma final. Os resultados desse trabalho nos têm mostrado um empoderamento muito particular, criando um clima de liberdade e respeito entre estudantes que as envolve na reflexão acadêmica sobre relações de poder e realidades sociais que até então passavam sem muita crítica. A atividade de avaliação surpreende sempre pelos bons resultados que apresentam.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Néli Suzana Britto (UFSC)
    A história da disciplina Ensino de Ciências/Biologia na formação de pedagog@s: diálogos problematizadores sobre gênero, sexualidades e raça/etnia
    Este artigo apresenta os estudos sobre a disciplina acadêmica de Ensino de Ciências/Biologia (EC/B) nos currículos do curso de Pedagogia, sob o viés teórico-metodológico da História das Disciplinas. O objetivo é enfatizar o compromisso desta área com a democratização do acesso à produção cultural, científica e tecnológica; e a apropriação destes conhecimentos como facilitadores de uma melhor compreensão das relações homens/mulheres/natureza/sociedade, articulados por outro posicionamento diante das temáticas contemporâneas e as condições de desigualdades sócio-econômico-culturais, em especial, as questões de gênero, sexualidade e étnico-raciais. As reflexões relacionaram os obstáculos encontrados pel@s pedagog@s-professor@s e a constituição do campo educacional e a escolarização brasileira marcadas por estratégias higienistas e eugênicas, oriundas de saberes médicos e práticas educativas voltadas a uma identidade única. Evidenciando a crescente necessidade de ampliação destes debates sobre a formação de educador@s, problematizando-se o legado de uma ciência - androcêntrica, dogmática, fragmentada, e a–histórica -, fomentador de muitos preconceitos e ações assimétricas que perpassam a docência e as finalidades desta disciplina desde sua gênese.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Jimena Furlani (UDESC)
    Formação de educadoras/es para igualdade de gênero, sexual e étnico-racial social – ousadias e compromissos de um currículo pós-crítico
    Este texto pretende apresentar as possibilidades dos currículos pós-críticos, para Educação Formal, na construção de uma sociedade mais igualitária em relação aos gêneros, as sexualidades e questões étnico-raciais. Para tanto, é preciso questionar a hegemonia das tradições curriculares críticas, tanto no campo da formação de educadoras/es, quanto, no modo de compreender a sociedade e seus mecanismos de construção dos preconceitos e das desigualdades, a partir de suas categorias conceituais. Uso os Estudos Feministas e a perspectiva pós-estruturalista de análise para discutir epistemes envolvidas na pretensão de um currículo pós-crítico e apresento possibilidades didáticas para tal.
  • Anna Cláudia Eutrópio Batista d'Andrea (UFMG), Júlio Emílio Diniz-Pereira
    Formação de professores/as para educação em sexualidade: análise dos projetos ocorridos em Belo Horizonte
    No município de Belo Horizonte acontecem ações de Educação Sexual e cursos de formação de educadores sobre tal temática há no mínimo vinte anos. Esse trabalho faz parte da pesquisa de doutorado da autora sobre os vários projetos e programas de formação de professores para o trabalho com sexualidade que ocorreram em Belo Horizonte. Partindo do conceito de reflexão como instrumento de formação de educadores perguntamos: nos cursos de formação continuada sobre sexualidade de Belo Horizonte como tem sido a apropriação da discussão sobre o ensino prático-reflexivo? Os formadores têm conhecimento das pesquisas do campo? Quais as estratégias de formação vem sendo utilizadas? Como são avaliadas pelos professores que delas participaram? Qual a intencionalidade dos formadores? Sabemos que a Educação Sexual pode ser utilizada para sustentar hierarquias sociais (Britzman,2001) e acreditamos em uma formação de professores/as que problematize certos e errados, normas e padrões sobre a sexualidade e gênero. Nossa aposta é que a formação baseada na reflexão sobre a prática (Schon, 2000) buscando a emancipação, ultrapassando as dependências ideológicas que limitam a consciência de que nossa prática não é natural e neutra (Contreras, 2002) possa construir outras realidades na escola e sociedade.
  • Eliana Teresinha Quartiero (UFRGS), Henrique Caetano Nardi
    Uma escola em ajustamento: sexismo e formação de professoras/es
    Este trabalho traz a análise de uma experiência de implementação de temas acerca de gênero e diversidade sexual, durante o ano de 2009, em uma Escola Normal de Porto Alegre. Questões ligadas às sexualidades na rede estadual de ensino do Rio grande do Sul vêm sendo tratadas superficialmente nos ambientes escolares. Porém, esta escola se comprometeu judicialmente a divulgar para alunos, professores e funcionários, a discussão da homofobia. Foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta junto à Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos, em decorrência de um inquérito civil que constatou atos homofóbicos nesta escola. A intervenção jurídica não foi recebida com tranqüilidade, pode-se perceber que se apresentou o receio, por parte de professores e direção, de ter seu nome vinculado ao tema. Como professora recém chegada, assumi esta tarefa, a discussão do sexismo foi trabalhada nas aulas de Psicologia e Ética e Cidadania, buscando a construção de uma prática não-sexista em sala de aula. O objetivo desta análise, visa uma produção de conhecimento partindo da análise de uma experiência, buscando entendimentos no que se refere a um fazer docente norteado pela intervenção/invenção de pedagogias voltadas a desnaturalização da lógica binária que fundamenta o heterosexismo .
    DownloadDownload do Trabalho
Apresentação | Site geral do FG | Comissões | Inscrições | Programação | Cronograma | Anais Eletrônicos | Simpósios Temáticos
Pôsteres | Minicursos | Oficinas | Reuniões | Cultura | Lançamentos | Mostra Audiovisual | Mostra de Fotografias
Crianças no FG9 | Informações úteis | Hospedagem | Transporte | Notícias | Entre em Contato
Visite o web-site da DYPE Soluções!