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38. Gênero e usos do Tempo

Coordenador@s: Neuma Figueiredo de Aguiar (UFMG), Marie Jane Soares Carvalho (UFRGS)
De que maneira a organização do tempo influi nas relações de gênero? O Simpósio Temático proposto, “Gênero e Usos do Tempo”, tem por objetivo promover o debate científico sobre a relação entre gênero e modos de usar e perceber o tempo cotidiano. As pesquisas sobre usos do tempo têm sido desenvolvidas em diversos países, especialmente no Brasil e estão produzindo importantes indicadores de gênero, que possibilitam a orientação de definição de políticas públicas. Questões fundamentais nestas medições do tempo dizem respeito à possibilidade de desvendar do ponto de vista prático, como ocorre a conciliação entre a dedicação às atividades remuneradas a atividades domésticas: o tempo diário que homens e mulheres dedicam às tarefas domésticas, ao cuidado com crianças, idosos ou doentes, ao trabalho voluntário, aos cuidados pessoais, a exercícios físicos, ao lazer, à cultura e educação e atividades de deslocamentos, dentre outras atividades possíveis. Tais questões fazem parte da proposta do Seminário Temático “Gênero e Usos do Tempo”, que também apresenta como objetivo discutir metodologias e resultados de pesquisas acadêmicas que foram e estão sendo desenvolvidas sobre os usos do tempo, sobretudo a partir da técnica dos “diários dos usos do tempo”, através dos quais podem ser captadas as dimensões das várias atividades cotidianas e tem funcionado como um instrumento eficiente para quantificar o tempo dedicado às atividades cotidianas.

Local: Auditório do CED

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Neuma Figueiredo de Aguiar (UFMG)
    Uma resenha da produção brasileira sobre uso do tempo
    O texto compreenderá uma resenha das publicações e teses efetuadas no Brasil que versam sobre o tema e que têm contribuído para o conhecimento do uso do tempo na vida cotidiana, possibilitando observar a divisão sexual do trabalho, as tarefas cotidianas e aquelas que são pouco divididas, as mudanças que vêm ocorrendo no dia a dia, o tempo devotado a atividades pessoais e ao lazer, o trabalho doado e não remunerado e seu relacionamento com as atividades remuneradas. O trabalho efetuará uma comparação entre enfoques macro e enfoques micro.Uma das principais contribuições do enfoque consiste na mensuração do trabalho doméstico, na avaliação do trabalho realizado com a presença de crianças, em diversas faixas etárias, uma das principais formas de conhecimento do trabalho não remunerado, exercido em consequência das formas de repartição dos cuidados com a casa e com a família no interior do domicílio. O trabalho doado pelos membros do grupo doméstico aos demais membros da família é distinto do trabalho no contexto capitalista em que o trabalhador gera mais valia. Porém o trabalho doméstico como atividade especializada sofre consequências do sistema capitalista, a partir da separação entre casa e trabalho.Sofre ainda o impacto do processo de burocratização e regulação das atividades
  • Rafaela Cyrino (PUC - Minas), Neuma Aguiar (UFMG)
    A articulação entre trabalho doméstico e trabalho assalariado: o caso das mulheres executivas
    Esta pesquisa se propõe a investigar a questão da articulação entre a carreira e a vida familiar das mulheres executivas, tendo-se como fio condutor de análise a questão da temporalidade. A análise será centrada sobre a reflexão entre o domínio público (trabalho assalariado) e o domínio privado (trabalho doméstico). A metodologia dos “Diários de Usos do Tempo” foi utilizada com o objetivo de compreender aspectos da organização da vida cotidiana das mulheres executivas, tais como a divisão do trabalho doméstico entre os membros da família e a participação de cada indivíduo em atividades cotidianas, como lazer, cuidados pessoais, etc. Além disso, tendo-se como objetivo uma maior compreensão das complexas relações entre a carreira e a dinâmica familiar das mulheres executivas, este estudo associou variáveis mais qualitativas as quais permitiram evidenciar as negociações e os conflitos familiares suscitados por esta “organização temporal” do cotidiano no seio de cada grupo familiar.
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  • Lara Gama de Albuquerque Cavalcanti (IBGE), Maira Andrade Paulo, Fátmato Ezzahrá Schabib Hany (IBGE)
    A pesquisa piloto de Uso do Tempo do IBGE 2009/2010
    O IBGE realizou pela primeira vez, em 2009/2010, uma pesquisa piloto sobre Uso do Tempo. O instituto planeja incluir o tema em seu cronograma regular, como parte do novo Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares. Este piloto foi realizado como parte de um teste maior, o da PNAD Contínua, que substituirá, na próxima década, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). Neste artigo, apresentaremos uma visão geral da metodologia utilizada e da experiência de campo adquirida durante o teste, visando a compartilhar a discussão, especialmente, no contexto da construção de indicadores de gênero.
    A pesquisa piloto foi a campo em seis Unidades da Federação e sua amostra incluiu cerca de 11 mil domicílios. Foram utilizados dois instrumentos de pesquisa: um diário de papel e um coletor eletrônico. Uma das inovações da metodologia foi o programa de codificação automática das atividades desenvolvido para o coletor eletrônico, que incluiu um sistema de busca de palavras-chave para facilitar o trabalho dos entrevistadores na identificação das atividades.
    Pretende-se destacar as lições aprendidas, os desafios encontrados e as perspectivas futuras para a abordagem deste tema pelo IBGE.

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  • Luana Simões Pinheiro (SEPM - PR), Natália de Oliveira Fontoura (IPEA), Márcia Vasconcelos (OIT Brasil)
    As pesquisas de uso do tempo no Estado brasileiro: motivações e limites
    O objetivo deste artigo é analisar as motivações do Estado brasileiro em investir em pesquisas mais amplas sobre a forma como sua população faz uso, de maneira diversa, de seu tempo. O artigo pretende resgatar a construção de um novo e recente entendimento no âmbito do Estado de que há necessidade e urgência em se discutir o tema da conciliação entre trabalhos produtivo e reprodutivo como estratégia de promoção da igualdade de gênero e de sustentabilidade da reprodução social. A produção de informações detalhadas sobre desigualdades, em especial entre homens e mulheres, no uso do tempo passa a ser entendida como essencial para o desenho de estratégias de ação que possam responder ao novo cenário demográfico e de participação feminina na vida pública.
    Foi assim, então, que em novembro de 2008, foi instituído o Comitê Técnico de Estudos de Gênero e Uso do Tempo, integrado pela SPM, pelo IBGE, IPEA, Unifem e OIT. Criado com o objetivo de estimular a incorporação da perspectiva de gênero na produção e na análise das estatísticas oficiais, o Comitê avançou nas discussões e propostas sobre os indicadores de uso do tempo produzidos oficialmente pelo país, tendo contribuído para a realização de uma inédita experiência piloto de investigação no formato de diário
  • Laura Susana Duque Arrazola (UFRPE)
    O Estado e os tempos sociais femininos: uma mediação da opressão de gênero das mulheres
    O objetivo do presente trabalho é tratar da questão dos tempos sociais sexusados, diferentes para homens e mulheres, segundo Seus pertencimentos de classe. Com a centralidade da família nas políticas sociais, dentre elas a política de assistência social e seus programas de renda mínima, o Estado patriarcal e de classe incorpora a figura feminina como central a estas política, utilizando os tempos sociais femininos . O Estado em tempos de crise do capital, da reestruturação produtiva e de hegemonia neoliberal, utiliza a participação das mulheres nas referidas políticas mediante o usufruto gratuito dos tempos sociais femininos da reprodução, uma outra mediação da opressão – exploração de gênero das mulheres das camadas mais empobrecidas da classe trabalhadora rural e urbana. A presente exposição é resultado da pesquisa qualitativa para tese de doutorado realizada em 2003-2004 com mães dos meninos e meninas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil.em Pernambuco.
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  • Márcio Ferreira de Souza (UFU)
    Gênero e temporalidade cotidiana em Belo Horizonte sob a perspectiva da masculinidade
    Proponho analisar os dados da pesquisa “Múltiplas Temporalidades de Referência: Trabalho Doméstico e Trabalho Remunerado – Análise dos Usos do Tempo em Belo Horizonte, Minas Gerais” (CNPq/UFMG, 2003). Tenho como pressuposto o fato de a contemporaneidade ser marcada pelo conflito de concepções morais e de valores, tradicionais e pós-modernos. Minha hipótese é a de que o fenômeno do tempo é percebido de modo diferenciado entre os gêneros. Tal hipótese apresenta os seguintes desdobramentos: (a) a despeito dos avanços políticos, sociais e econômicos, ainda prevalece na sociedade brasileira o modelo tradicional de representação dos gêneros: o homem como provedor e a mulher como responsável pelos cuidados com o domicílio e a família e este modelo tradicional interfere em suas percepções do tempo; (b) o homem percebe o seu tempo de acordo com o seu papel de provedor e, assim, continua tendo uma baixa participação nas atividades domésticas e nos cuidados com os filhos. A mulher percebe seu tempo de forma menos individualizada e mais distributiva pela sua inserção gradativa e cada vez mais freqüente no mercado de trabalho simultaneamente à sua participação ativa na administração do domicílio.
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Luiz Flávio Neubert (UFMG), Neuma Figueiredo de Aguiar (UFMG)
    A relação entre gênero e o tempo de lazer entre os indivíduos economicamentre ativos na capital mineira
    Este artigo tem como proposta analisar as diferenças e as desigualdades existentes entre homens e mulheres inseridos no mercado de trabalho. As informações utilizadas são da pesquisa de usos do tempo realizada em Belo Horizonte (2001) com base em uma amostra representativa da população. Pesquisas deste tipo, realizadas periodicamente em países desenvolvidos, apontam que nas últimas décadas ocorreram certas mudanças em relação ao tempo total de trabalho (remunerado e não-remunerado) tanto para homens quanto para mulheres. Essas últimas, entretanto, continuam sendo as maiores vítimas da jornada dupla e da falta de tempo. Esse quadro é completado com o fato de que as mesmas pesquisas apontam um grande hiato de gênero nas atividades de lazer. O presente estudo tem como objetivo, portanto, apresentar uma análise descritiva relacionando as categorias de gênero, estratos ocupacionais e usos do tempo.
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  • Marie Jane Soares Carvalho (UFRGS)
    Análise das temporalidades e política de formação de professores em exercício – estudo de caso
    A pesquisa contempla a análise dos usos do tempo de professoras do Ensino Fundamental realizada a partir de amostragem de cinco cidades polo do Rio Grande do Sul, nas quais se desenvolve o curso de Pedagogia na modalidade a distância. O curso atende a política de formação de professores em exercício e é destinado exclusivamente a professores sem formação no ensino superior. A análise parte do levantamento dos usos do tempo das professoras ao registrar a distribuição dos eventos e suas durações para a semana. Agrupamos os dados para cada respondente e procedemos à análise exploratória de regularidades e teste de hipóteses. O cotidiano é a confluência de injunções da vida pessoal, familiar e profissional, no qual sobressaem as relações de gênero, o estágio de vida da respondente e sua condição familiar. Há grande envolvimento de tempo na jornada de trabalho das professoras com 40 horas de trabalho semanal nos anos iniciais do Ensino Fundamental. O tempo despendido com o cuidado da casa e dos membros da família é o fator que determina a fragmentação do tempo de estudo das professoras. A política atual de formação de professores em exercício desconhece as injunções de gênero que se impõem no cotidiano ao não pensar nem atuar sobre tal questão.
  • Juliana Brandão Machado (UFRGS), Marie Jane Soares Carvalho (UFRGS)
    Mapeando o cotidiano de professoras em formação na EAD
    As alunas de Pedagogia, na modalidade a distância, são professoras que atuam no magistério no Rio Grande do Sul. Mapeamos os usos do tempo dessas professoras, evidenciando as atividades e suas durações. O objetivo do estudo é analisar o uso discricionário do tempo de professoras em formação. Os dados foram tabulados no SPSS, computando os eventos e suas durações. A análise mostra que o cotidiano das professoras em formação é conformado de forma diversificada em função das diferentes atividades realizadas ao longo do dia. A atividade profissional e os cuidados com a casa e o grupo doméstico ocupam a maior parte do tempo em um dia. A média de tempo de trabalho alcança cerca de 8 horas diariamente. As professoras gastam mais de 1 hora no deslocamento entre o trabalho e as outras atividades realizadas durante o dia. Muitas professoras trabalham em outros municípios, levam os filhos para a escola antes de chegar ao trabalho. As atividades domésticas ocupam quase 3 horas do dia das mulheres. O tempo destinado ao estudo, em torno de 2 horas diárias, é comprometido diante de um cotidiano repleto de afazeres e ocupações. Em geral, as atividades de estudo (leitura, produção escrita, acesso a ambientes virtuais e interação online) são realizadas entre a execução das atividades domésticas.
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  • Nágyla Maria Galdino Drumond (UECE)
    A saga de Macabéa continua: trabalho feminino, gênero e uso do tempo entre as novas operárias no interior do Ceará
    A pesquisa analisará as relações entre trabalho feminino, gênero e usos do tempo entre as novas operárias da indústria no interior do Ceará. A partir da segunda metade da década de 80, o estado do Ceará foi palco de um processo de expansão e interiorização industrial. As novas regiões industriais passaram a transformar as relações sociais de produção e reprodução das populações envolvidas, especialmente, das mulheres oriundas de uma cultura rural, sem acesso à escolarização, ao emprego formal e à capacidade de consumo. Que Macabéas são estas? O que mudou e o que permanece em suas vidas? Quais relações entre a representação que elaboram quanto ao trabalho feminino fabril e o uso de seus tempos? A pesquisa analisará a relação entre o deslocamento para novos espaços de trabalho para mulheres que estão inseridas num verdadeiro processo de diásporas de si mesmas, ao mesmo tempo, em que se (des) encontram com uma diversidade de outras tantas Macabéas-operárias. A pesquisa de campo será baseada em entrevistas às mulheres-operárias, lideranças sindicais e diretores (as) de recursos humanos das indústrias a ser selecionadas. Além disso, haverá registros de observação das condições de vida, comportamentos e costumes em relação com os usos de tempo.
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  • João Carlos Saldanha do Nascimento Santos (UFES)
    Cotidiano e territorialidade: um estudo de usos do tempo entre assentado(a)s
    A noção territorialidade é compreendida numa escala que toma como referência a perspectiva dos sujeitos que vivenciam os processos e coloca as dimensões tempo e espaço no plano concreto da vida cotidiana. Procurou-se descrever as práticas dia a dia, identificando o que fazem os membros das famílias, com quem e onde. Para coletar as informações se aplicou diários de usos do tempo. Pelo fato dos sujeitos envolvidos desempenharem atividades agrícolas, cuja temporalidade é definida pelo ritmo da natureza, destacamos a distinção feita por E. P. Thompson das formas de percepção “orientadas pelas tarefas” das “orientadas pelo relógio”. As “orientadas pelas tarefas” são típicas das sociedades camponesas e as “orientadas pelo relógio” típicas das sociedades industrializadas. Partindo destes ritmos de marcação do tempo, a vida das famílias assentadas se estrutura de acordo com os ritmos da natureza e do relógio. O universo empírico da pesquisa correspondeu a uma amostra de vinte por centos de famílias dos assentamentos Pontal do Jundiá e Zumbi dos Palmares no norte do Espírito Santo. Cabe ressaltar que a preocupação não foi estabelecer inferências generalizáveis e sim, identificar elementos para compreensão das relações estabelecidas pelas famílias na organização da vida nos assentamentos.
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  • Gema Galgani Silveira Leite Esmeraldo (UFC)
    Tempos de homens e de mulheres problematizados no cotidiano da vida de famílias assentadas
    O trabalho em questão foi realizado no Assentamento José Lourenço situado no município de Chorozinho, Estado do Ceará e teve como objetivo analisar os princípios que regem a organização do uso do tempo em casais assentados. O Assentamento estudando possui 67 famílias cadastradas e para esse estudo foram trabalhados pouco mais de 50% dos casais, totalizando 39 casais. Três instrumentos metodológicos foram aplicados: o registro das atividades realizadas por cada casal durante um dia, a realização de entrevistas com homens e mulheres e uma oficina para apresentação e validação dos dados sistematizados. O texto final foi organizado a partir da análise de quatro eixos que situam as principais atividades realizadas pelos casais, assim distribuídas: no âmbito da casa, do quintal, dos roçados e das organizações políticas. A pesquisa trouxe reflexões que indicam tempos e espaços de maior resistência a mudanças na ordem sexuada e aqueles que sinalizam para modificações nas relações entre os gêneros e para novas mobilidades principalmente para as mulheres. O estudo fez ainda referência a experiência das famílias na luta pela terra (tempos de acampamento) que semeiam possibilidades de mudanças na ordenação dos papéis para homens e mulheres.
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  • Edilane Bertelli (UFPR), Silvana Marta Tumelero, Sabrina Mello Lazarin (Unochapecó)
    “A vida como ela é”: gênero, trabalho e família
    Vários estudos têm apontado como fenômeno econômico-social na sociedade brasileira, além do constante incremento da inserção feminina no mercado de trabalho desde os anos de 1970, a crescente participação no mercado de trabalho de mulheres mais velhas, casadas e que têm filhos, cujos efeitos se manifestam tanto nas relações de trabalho quanto naquelas relativas à família. Em que pesem os avanços na cidadania das mulheres nas esferas pública e privada, desigualdades sociais ainda persistem e uma delas se refere à sua sobrecarga com as responsabilidades familiares e domésticas. Partindo da posição de que “gênero”, como lugar e categoria analítica, constitui e atravessa as relações e instituições sociais, analisamos (pautadas numa démarche qualitativa de pesquisa social) e problematizamos no estudo em tela: a composição de gênero nas políticas socio-assistenciais voltadas ao segmento infanto-juvenil (ramo da atividade econômica em que as mulheres são maioria) no município de Chapecó/SC, os sentidos do trabalho para mulheres e homens cuja principal atividade laboral remunerada concretiza-se nessas políticas e como conciliam esta forma de trabalho com aquela não paga desenvolvida no âmbito da vida privada.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Marilia Saldanha da Silva (PUC-Rio)
    De(s)colar de casa: dilemas contemporâneos dos casais de aeronautas
    Este trabalho procura condensar as idéias discutidas na dissertação de mestrado de mesmo título. O presente estudo procura examinar a questão da desigualdade de gênero na divisão de tarefas domésticas e responsabilidades familiares entre membros de casais de aeronautas (comissários e pilotos). Parece que a transformação das mentalidades nas relações de gênero foi insuficiente no que diz respeito a uma divisão mais igualitária das tarefas domésticas. Após uma revisão de literatura, foram realizadas entrevistas com quatro casais de aeronautas do Rio de Janeiro. Os dados obtidos nas entrevistas entraram em ressonância com o que a literatura já vem discutindo sobre casais de outras categorias profissionais: as mulheres casadas e com filhos despendem mais tempo com o trabalho doméstico e com as responsabilidades familiares do que seus maridos. Diante desta constatação, percebe-se que a especialização de papéis ainda está fortemente ancorada nas ideologias de gênero tradicionais que regem os comportamentos de homens e mulheres contemporâneos, produzindo com isto um cenário desfavorável para ascensão profissional das mulheres e para um maior envolvimento dos homens com a vida familiar.
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  • Rose Mary Gerber (UFSC)
    Entre o claro e o escuro, tempos de espera e tempos de agito
    Meu foco é apresentar algumas considerações sobre os tempos que fazem parte do cotidiano das mulheres de pescadores de sardinha no litoral de Santa Catarina. Entre momentos de agitos e de repousos, estas mulheres se pautam no que denominam de claro ou escuro (períodos denominados em relação às fases da lua) para saber quando os seus homens estão em terra e, portanto, quando a vida estará mais ou menos movimentada em função da vinda deles do mar. Neste contexto que envolve a observação das mudanças de luas, a vida destas mulheres se pauta por um tempo fortemente dedicado ao trabalho em casa, ao cuidado com os filhos, às providências necessárias em suas casas e ao trabalho como descascadeiras de camarão em que passam cerca e oito horas do dia trabalhando com outras mulheres da comunidade em pequenos grupos que se formam em torno deste processo de descasque. São tempos que dizem respeito à solidão, à solidariedade, à espera e à junção de coisas de mulheres e coisas de homem em uma só vida: a destas mulheres. Pauto-me em autores como Bachelard, Durand, DeCerteau, entre outros.
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  • Ana Domínguez Mon (Instituto Interdisciplinario de Estudios de Género)
    La percepción del uso del tiempo referido a los cuidados para la salud: el caso de varones y mujeres de sectores medios en la ciudad de Buenos Aires
    En una investigación cualitativa realizada en varones y mujeres adultos de sectores medios con cobertura de salud privada, con educación media o superior en la ciudad de Buenos Aires (2008-2009) encontramos en la percepción del uso del tiempo, obstáculos para el ejercicio de actividades destinadas al cuidado cotidiano de la salud en dos esferas: alimentación y actividad física. El futuro adquiere centralidad en la consideración de la ‘realización personal’, el ‘disfrute de logros’, tornando el presente poco visible, aunque cargado de obligaciones cuyos significados evidencian lugares de mayor exigencia social y cultural para mujeres que para varones. Estos últimos se muestran subordinación a las decisiones femeninas en cuestiones de salud. En tanto que el cuidado de la propia salud se invisibiliza en relación a la responsabilidad sobre otros miembros de la familia, en especial los hijos pequeños. Este fenómeno, en otro tiempo claramente femenino, es compartido por los varones a partir de la experiencia de la paternidad. La percepción del tiempo como gran constrictor de las actividades urbanas modernas, es uno de los elementos centrales cuando varones y mujeres consideran los posibles cuidados para su salud.
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  • Patricia Karina Natalia Schwarz (Instituto Gino Germani - UBA), Ana María Mendes Diz
    Las normativas de género y los usos y sentidos del tiempo en jóvenes de tres ciudades argentinas
    El objetivo de la ponencia es presentar algunas conclusiones vinculadas a los sentidos y usos del tiempo que varones y mujeres jóvenes asignan a sus tareas cotidianas particularmente en los fines de semana, relacionando estos datos con sus concepciones de género.
    El estudio se realizó en 3 ciudades argentinas –Gualeguaychú, Villa María y Junín- en base a 328 encuestas (55% de varones y 45% de mujeres), 21 entrevistas en profundidad y 6 grupos focales con jóvenes entre 16 y 24 años de distintos niveles socioeconómicos.
    Algunos de nuestros resultados dan cuenta de una reproducción de la normativa de género, donde las mujeres realizan más actividades que los varones en sus tiempos libres, permanecen más que ellos en el ámbito doméstico y comparten más su tiempo con la familia. Los encuentros con los/las amigos/as los realizan más en su casa mientras que los varones prefieren reunirse en casa de sus amigos. A la hora de divertirse optan más por el baile mientras que los varones prefieren tomar y/o fumar. Dedican más tiempo que los varones a los estudios y miran más TV que ellos.
    A pesar de la continuidad entre estas prácticas y los estereotipos tradicionales de género, en nuestros hallazgos existen intersticios que vale la pena considerar y que analizamos en este trabajo.

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  • Raquel Zalazar (Museo Etnográfico "Dr. Andrés Barbero")
    Los usos del espacio doméstico “cocina – comedor” en la vida cotidiana de mujeres urbanas paraguayas. Las mujeres del barrio “tres bocas” de Villa Elisa - Paraguay
    El presente trabajo aborda el uso del espacio doméstico, en este caso la cocina y el comedor como lugares de socialización y de transmisión de conocimientos, por mujeres que residen en el barrio “Tres Bocas” de la ciudad de Villa Elisa, circundante a Asunción. Dichos espacios no pueden separarse del tiempo porque es en la vida cotidiana en que se desarrollan. Se busca establecer además si la modernización y el cambio en el ritmo de la vida humana, así como el mayor acceso de las mujeres al campo laboral, influenciaron cambios en los usos y cual es el papel de las mujeres hoy en dichos espacios domésticos.
  • Moema de Castro Guedes (UERJ)
    Trabalho produtivo e reprodutivo no segmento de mulheres de nível universitário: aproximações do padrão masculino?
    O presente trabalho tem como objetivo analisar comparativamente os padrões de inserção laboral das mulheres de nível universitário em relação ao contingente masculino de mesmo nível educacional. Esse olhar busca evidenciar rupturas e continuidades na construção do tradicional papel de provedor das famílias e as desigualdades de gênero que ainda permeiam fortemente o mundo do trabalho.
    Para tanto, faz-se uma análise comparativa de dados dos Censos Demográficos do IBGE de 1970 e 2000. Essas informações são conjugadas com achados recentes de outros estudos que utilizam a Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD) para mostrar os diversos usos do tempo entre trabalho voltado para o mercado e o trabalho doméstico em casais de distintos segmentos educacionais.
    Por um lado, a caracterização das mulheres mais escolarizadas como aquelas que tem as maiores jornadas de trabalho voltadas para o mercado e as menores jornadas de trabalho doméstico mostra que este grupo está bastante próximo dos padrões masculinos. Por outro, no entanto, as persistentes desigualdades salariais e a segmentação destas mulheres em alguns tipos específicos de ocupação sugerem um quadro de continuidade, no qual a naturalização da mulher como cuidadora da familia ainda se faz presente.

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  • Magnus Luiz Emmendoerfer (UFV)
    Um retrato das relações de gênero no trabalho gerencial em lojas farmacêuticas na grande Belo Horizonte
    O objetivo da comunicação é descrever as relações de gênero no trabalho gerencial de lojas de uma organização farmacêutica varejista na Grande Belo Horizonte. A perspectiva da pesquisa é a de retratar em que aspectos as desigualdades de gênero se fazem presentes na organização em voga. A pesquisa emprega o método estudo de caso com o estudo de usos do tempo e um questionário autoaplicado com 32 questões com respostas estruturadas sobre o perfil socioeconômico e o contexto organizacional em estudo. Como conclusão apresenta-se um retrato da desigualdade de gênero que mostra que ser gerente na organização estudada implica em (a) sujeitar-se a ter uma renda inicial menor na primeira posição de autoridade nas lojas (como assistente de gerência na organização estudada); (b) ingressar como funcionária na organização mais tarde que a média da maioria das pessoas do sexo masculino; (c) conciliar as sua motivações para o trabalho remunerado com as demandas e tensões vivenciadas nos cuidados da casa e da família (incluindo filhos) no espaço doméstico, o que desemboca em uma jornada dupla ou tripla de trabalho, uma vez que o companheiro do sexo masculino atua na maioria das vezes na condição de “ajuda” e não necessariamente de compromisso e responsabilidade compartilhada.
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