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18. Diversidade e Gênero no Universo Infanto-Juvenil

Coordenador@s: Alcileide Cabral do Nascimento (UFRPE), Flávia Ferreira Pires (UFPB)
Nos últimos encontros do Fazendo Gênero os simpósios temáticos propostos sobre a infância, adolescência e juventude, revelaram-se espaços importantes na interlocução entre pesquisador@s de várias regiões do país e de outros países, oportunizando olhares, histórias e saberes interdisciplinares sobre o universo infanto-juvenil ao reunir pesquisas de diferentes áreas de conhecimento.
Este Simpósio Temático pretende dar continuidade a esse profícuo debate, com a discussão de trabalhos sobre crianças, adolescentes e jovens que enfoquem a problemática da diversidade por onde perpassa a dimensão de gênero, geração, orientação sexual, classe social, pertencimento religioso, orientação política (entre outros). O objetivo do Simpósio é multiplicar os critérios de diferença e contribuir para o estabelecimento da questão da alteridade na plataforma acadêmica e na política atual. Ao mesmo tempo, discutiremos os desafios teórico-metodológicos nesta área de estudos que vêm se expandindo no Brasil e no mundo.
Serão privilegiadas pesquisas que tenham um viés interdisciplinar, assim como serão selecionados estudos de diversas áreas de pesquisa (História, Ciências Sociais, Antropologia, principalmente), indo ao encontro da nossa convicção da necessidade de deslocar as fronteiras disciplinares para melhor compreender a infância, a adolescência e a juventude.

Local: Sala 302 do CFH

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Alcileide Cabral do Nascimento (UFRPE)
    Caridade, filantropia e higiene: os embates em torno da assistência às crianças abandonadas no Recife (1840-1860)
    Entre os anos de 1840 a 1860 a assistência social no Recife foi duramente criticada, em particular a que era destinada às crianças expostas e à instituição responsável por elas: a Casa dos Expostos. O desafio que os críticos, médicos e filantropos, colocavam era como melhorar o destino das crianças que sobreviviam a esse sistema de criação. A força do discurso médico-higienista ganha concretude com a aprovação do Regulamento dos Estabelecimentos de Caridade de 1847. Porém, a superlotação da Casa, o abandono de crianças acima de sete anos em sua porta, a alta mortalidade infantil, os baixos salários pagos às amas de leite e de criação e a falta de fiscalização do trabalho dessas mulheres, a precariedade do controle de entrada e saída dos/as enjeitados/as, os problemas na identificação do parentesco da criança para sua devolução à família, a indisponibilidade de recursos para dotar as moças casadoiras, foram problemas cotidianos que a prédica higienista tangenciou, mas não deu solução desejada.
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  • Andréa da Rocha Rodrigues (UEFS), Márcia Maria da Silva Barreiros Leite (UEFS)
    Honra e sexualidade infanto-juvenil na cidade do Salvador, 1940-1970
    Este trabalho analisa representações e práticas relativas à sexualidade infanto-juvenil em Salvador, de 1940 a 1970. De acordo com a compreensão de que os conceitos de infância, adolescência e sexualidade são construídos a partir de variáveis sociais e históricas, procura-se refletir sobre os elementos simbólicos que emergem, no contexto estudado, para representar estas duas fases da vida e a sexualidades. Considera-se que a sexualidade está diretamente associada a questões de gênero, raça e classe. Desta forma, os discursos elaborados sobre a sexualidade infanto-juvenil são melhor compreendidos tendo como referência as relações sociais e os diversos espaços que os agentes históricos ocupam em sociedade. Os significados de infância e adolescência, e as práticas a eles relacionadas, são diferentes nos diversos segmentos da sociedade soteropolitana, no período, e se transformam no decorrer deste. Busca-se investigar a violência sexual exercida sobre os corpos de crianças e adolescentes através do estudo de crimes contra os costumes e da legislação que regulava sua punição. Procura-se igualmente analisar os vínculos entre o conceito de honra e o controle da sexualidade feminina.
  • Andrea Braga Moruzzi (UFSCar)
    Infâncias: necessárias articulações entre gênero e sexualidade e contribuições dos Cadernos Pagu
    A história das crianças no Brasil e produção de suas infâncias estão intrinsecamente ligadas às histórias das conquistas femininas e dos estudos de gênero. Apesar de uma reconhecida complementaridade, é possível notar ainda certa invisibilidade na articulação entre infância, gênero e sexualidade. Motivado por essa percepção o presente trabalho procura retomar a seguinte questão: É possível falar em relações de gênero no mundo infantil, entre as crianças, e na produção de suas infâncias de modo a contemplar a diversidade? Tendo em vista que a palavra criança no português, assim como no francês (enfant), não é marcada pelo gênero masculino ou feminino como é, por exemplo, a palavra de mesma representação em italiano (bambino ou bambina) e em espanhol (niños ou niñas), esse estudo pretende entender: De que maneira a articulação entre infância, gênero e sexualidade tem sido feita no universo acadêmico? Para essa investigação foram selecionados os artigos presentes na revista Cadernos Pagu, cuja proposta é “Contribuir para a ampliação e consolidação do campo de estudos de gênero no Brasil”, entre os anos de 2001 a 2008, utilizando-se das palavras chaves - infância (s), criança (s), educação infantil, jardim de infância, pequena infância, maternal.
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  • Cecilia Rustoyburu (Universidad Nacional de Mar del Plata - CONICET)
    Niñ@s, hormonas y diferencia sexual. Un análisis histórico de los inicios de la endocrinologia en Argentina
    Las hormonas han estado siempre asociadas a la idea de sexo y se ha supuesto que las hay femeninas y masculinas aunque desde que fueron descubiertas parecían afectar a órganos de todo el cuerpo y no son específicamente de ningún género. Esta situación se debería a que las ideas de los científicos sobre la biología hormonal han estado estrechamente vinculadas con la construcción de ciertas representaciones sobre las diferencias de género.
    En este trabajo analizaremos cómo el campo de la endocrinologia argentino recepcionó los descubrimientos de los biólogos y endocrinólogos europeos y estadounidenses en los tiempos de la “edad de oro de la endocrinología”. Focalizaremos en una serie de artículos sobre crecimiento de los niños y de pacientes diagnosticados como intersexuales o como portadores de enfermedades génito-urinarias publicadas en los años treinta. Consideramos que el análisis de los tratamientos con hormonas en niños y niñas nos permite indagar en cómo se intervenía en la construcción de la diferencia sexual desde el campo médico-científico y cómo ciertas concepciones sociales sobre los comportamientos de género mediaban en los prácticas biomédicas.

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  • Giovanna Maria Poeta Grazziotin (UDESC)
    Uma leitura da infância a partir de processos de investigação de paternidade (Florianópolis 1980 – 2000)
    Neste trabalho pretendemos conhecer o perfil socioeconômico e etário das crianças que reivindicaram em juízo a filiação paterna através dos autos de investigação de paternidade instaurados nas Varas de Família da Comarca de Florianópolis, entre 1980 e 2000. Constatamos que a flexibilização de leis em torno da paternidade extraconjugal, preconizadas pelo advento da Constituição de 1988 e confirmadas pelo Estatuto da Criança de do Adolescente de 1990, juntamente com a incorporação das tecnologias de DNA pelo Poder Judiciário como prova facilitaram o a acesso a filiação. Em função das leis proibitivas existentes no Brasil até a década de 1980, as demandas processuais em torno do reconhecimento da paternidade eram tímidas, pela dificuldade, outrora, de se provar tal vínculo. A incorporação do teste de DNA como prova na Justiça a partir de meados da década de 1990 caracterizou-se como importante avanço nesta matéria, porém, o alto custo da técnica permitia que pouco a utilizassem. Somente com a implementação da Lei 10.317, de 2001, que concedeu a gratuidade do exame para pessoas de baixa renda que a paternidade passou a ser um direito amplamente tutelado pelo Estado Brasileiro.


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  • Silvia Maria Fávero Arend (UDESC)
    Imprensa, aborto e infância no Brasil (1995-2009): a perspectiva da revista Veja
    A partir de 1970, tendo em vista o discurso feminista, entidades sociais começaram a debater a possibilidade de uma legalização do aborto no país. Nas duas décadas seguintes foram apresentados vários projetos de lei nesse sentido, que não foram aprovados. Neste mesmo período observa-se uma mudança no âmbito discursivo. O debate em torno do tema se amplia, principalmente a partir das Conferências Internacionais sobre a Mulher (Cairo, 1994 e Pequim, 1995), quando a questão da saúde feminina passa a fazer parte da agenda dos Direitos Humanos. O discurso pró-criminalização do aborto também recebeu reforços com a vinda dos dirigentes máximos da Igreja Católica Apostólica Romana para o Brasil, em 1995 e em 2007. A imprensa, entendida como formadora da chamada opinião pública, teve um papel fundamental no referido processo histórico. Nesta pesquisa busca-se analisar discurso enunciado na Revista Veja acerca do tema, reconhecida como órgão de grande circulação e de impacto nas camadas médias da sociedade. Através de um olhar de cunho historiográfico procura-se conhecer as proposições veiculadas acerca da gestão da população, bem como as representações sociais de infância presente neste discurso.
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  • Salete Rosa Pezzi dos Santos (UCS)
    Gênero e raça no universo ficcional de Mirna Pinsky
    A renovação da literatura infantil brasileira, nas últimas décadas, deve-se ao surgimento de um número considerável de novos autores. Dentre eles, existe um grupo que apresenta uma orientação comum, a partir de uma perspectiva mais realista, dando espaço a questões como raça, violência urbana, classe social, propiciando à criança uma vivência mais efetiva da realidade. Nesse trajeto, surge o nome da autora Mirna Pinsky, com a obra Nó na garganta, cuja heroína enfrenta, desde o início da narrativa, as consequências da miséria ligadas às questões da raça, em meio a um grupo social eivado de preconceitos. Este trabalho analisa a obra em questão, voltando-se para a representação de um sujeito feminino que tem suas ações marcadas pela repressão, na medida em que a voz narrativa não permite um espaço de superação para a personagem Tânia que sente o peso do triplo preconceito: ser negra, criança e pertencer ao gênero feminino.
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25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Flávia Ferreira Pires (UFPB)
    O Programa Bolsa Família e o consumo das meninas e dos meninos no semi-árido nordestino
    Este texto insere-se em uma pesquisa iniciada em 2008, nomeada “A Casa Sertaneja e O Programa Bolsa-Família”, que tem como hipótese central a ideia de que o Programa Bolsa-Família do governo federal tem como impacto a mudança de valores referentes à estrutura de poder familiar. O lócus da pesquisa é uma cidade pequena no semi-árido da Paraíba, onde mais da metade da população recebe o benefício. Evidências etnográficas mostram que as famílias acreditam que parte do dinheiro recebido “pertence” a criança no nome de quem o benefício é retirado. Por isso, é comum a reserva de uma quantia para as próprias crianças. Neste sentido, este artigo pretende responder duas questões: que escolhas de consumo fazem os meninos e as meninas; e o que elas têm a dizer sobre o que é ser criança, menino e menina no semi-árido?
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  • João Diogenes Ferreira dos Santos (UESB)
    "Rompendo o silêncio":violência sexual contra meninas no espaço doméstico
    O presente trabalho tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa sobre o universo da violência no espaço doméstico. São crianças e adolescentes do sexo feminino que enfrentam em seus cotidianos o abuso sexual. Trata-se de uma violência ocorrida no interior dos relacionamentos intrafamiliares e extrafamiliares, podendo ser incestuosa, quando o violentador é integrante da família, e não incestuoso, quando as pessoas conhecidas das crianças e dos adolescentes cometem o abuso sexual. Essa realidade trágica é decifrada por meio de diálogos teóricos com autores clássicos e contemporâneos, que possibilitam entender esse universo, onde a cultura política brasileira, marcada por traços autoritários, personalismo, paternalismo e as práticas adultocentricas, enseja um “circulo vicioso de violência”. Buscou-se também dados do Conselho Tutelar do município de Vitória da Conquista e instituições que atendem as vítimas dessa violência, e entrevistas com as crianças e adolescentes. O abuso sexual pode ser encarado como prática perversa que reproduz relações de mandonismo e autoritarismo, forjando uma violência em que os adultos alocam relações hierárquicas de dominação, em uma realidade alicerçada pela desigualdade econômica.
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  • Raphael Bispo (Museu Nacional/ UFRJ)
    Os “emos das antigas” e os “posers de emo”: identidades, conflitos e estigma na cena musical roqueira
    Nos últimos anos, o rock foi tomado por uma onda peculiar, que favoreceu a matização da imagem de virilidade baseada em composições de protesto social muito associada aos adeptos deste estilo. Os jovens emos – roqueiros sentimentais e valorizadores de atitudes românticas e hedonistas – colocam em xeque alguns “paradigmas” do rock, contribuindo para a instauração na contemporaneidade de uma grande tensão entre os fãs deste gênero. A comunicação busca contribuir para uma reflexão acerca do estilo de vida dos emos e os conflitos que ele engendra, a partir de uma pesquisa de campo realizada com jovens de camadas populares do Rio de Janeiro. Privilegia-se no trabalho uma análise do processo de formulação e contraposição de identidades realizado por um grupo de emos, enfatizando as dinâmicas de afastamento e aproximação destes jovens à “identidade emo” disseminada na cena roqueira. O foco incide sobre as acusações e tentativas de estigmatização feitas pelos “emos das antigas” aos novos fãs do gênero, classificados por eles como “posers de emo”. Além de um suposto mau gosto musical, condenado pelos “das antigas”, os conflitos emergem também a partir da valorização positiva da homossexualidade pelos “posers”, acompanhada de uma incitação um tanto romântica à experimentação homoerótica.
  • Michele Escoura (USP - FAPESP)
    Como em um passe de mágica: princesas, consumo e performances na construção do gênero na infância
    Como em um passe de mágica, heroínas se transformam em Princesas no mundo Disney. Encantando gerações de crianças há mais de meio século, produções como A Branca de Neve e os Sete Anões, Cinderela, A Bela Adormecida, A Bela e a Fera, Aladdin, A Pequena Sereia e Mullan servem agora também de inspiração para decorações de festas infantis, roupas, calçados, materiais escolares e aparelhos televisores entre as crianças. Reunidas sob o mesmo rótulo comercial de As Princesas, as protagonistas desses contos de fadas entram no universo infantil e fazem de suas imagens referências de feminilidades consumíveis. Do consumo de suas narrativas ao consumo de seus produtos e às imitações de suas performances (BUTLER, 2003), As Princesas, enquanto “tecnologias de gênero” (LAURETIS, 1994), entram no cotidiano das crianças e se tornam fontes para o “en-gendramento” de seus corpos. Partindo de uma etnografia com crianças de cinco anos, esta pesquisa busca evidenciar as negociações de sentidos (GLEIDHILL, 1988) subjacentes aos textos midiáticos e aos sentidos produzidos na recepção das Princesas e compreender os mecanismos em que marcadores sociais de diferenciação de gênero (bem como de idade, geração, cor, raça, etnia e classe social) são produzidos, incorporados e negociados durante a infância.
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  • Emilene Leite de Sousa (UFMA)
    Infância em pedaços: o trabalho das crianças quebradeiras de coco babaçu no Maranhão
    Esta pesquisa visou verificar a realização do trabalho pelas crianças quebradeiras de coco babaçu no Maranhão, considerado essencialmente feminino. Esta noção de trabalho se refere às tarefas das crianças realizadas no âmbito da casa ou em seus arredores. Ao longo do tempo a infância tem sido compreendida como a fase da vivência do lúdico. Esta concepção de infância tem seu cerne na oposição histórica construída entre trabalho e ludicidade. Assim, a realização de qualquer tipo de trabalho infantil negaria a vivência desta fase. Esse conceito de infância foi generalizado, sendo a fase definida sem considerar outras possibilidades e as várias formas que o trabalho infantil assume - como a socialização. Investigaremos qual a função social da criança e sua contribuição para a comunidade no que se refere à realização das tarefas destinadas às crianças. Esta reflexão sobre o trabalho das crianças nas reservas extrativistas nos permite compreender as diferenças entre o trabalho realizado pelas crianças em situações de exploração e os trabalhos que visam à socialização no seio da comunidade e a aprendizagem. Auxilia-nos a refletir sobre o trabalho infantil, revelando se este tipo de trabalho de fato explora as crianças que o realiza e usurpa sua infância.
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26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Marta Regina Paulo da Silva (Unicamp)
    As crianças em... É de menino ou de menina? As relações de gênero nas histórias em quadrinhos infantis
    O presente trabalho, de natureza teórica, faz parte da pesquisa de doutorado que venho realizando na Faculdade de Educação da UNICAMP. Parte dos estudos sobre mídia, que têm demonstrado como esta vem se constituindo em uma das instituições de socialização que interfere diretamente nos modos de viver de crianças, jovens e adultos. Objetiva problematizar como o corpo, e suas marcas de gênero, são representados nas histórias em quadrinhos infantis contribuindo para o estabelecimento e/ou fortalecimento das relações de poder através do mesmo. As HQ escolhidas para esta análise são as da Turma da Mônica e a Turma do Xaxado, ambas brasileiras, sendo a primeira bastante difundida através dos diferentes meios de comunicação. Autores/as como Benjamin, Agamben, Scott, Louro, Setton, Soares e Hernandez, se fazem presentes neste diálogo. Conclui demonstrando como a Turma da Mônica retrata personagens e temas que desconsideram as particularidades locais e regionais e, com isto, as diferentes infâncias e suas produções culturais, imprimindo certo modelo do que é ser menino e menina em nossa sociedade. Já a Turma do Xaxado, quadrinho ambientado no nordeste brasileiro, apresenta, de forma bem humorada, críticas ao sistema capitalista e, dentre elas, aquelas relacionadas às questões de gênero.
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  • Gladis Elise Pereira da Silva Kaercher (UFRGS), Maria Isabel Habckost Dalla Zen (UFRGS)
    Interpretações de crianças sobre as representações de feminilidade e masculinidade na literatura infantil
    Dentro de uma ampla gama de investigações sobre o tema, situamos nossa análise sobre as representações de gênero em três obras da Literatura Infantil brasileira contemporânea e no modo como tais representações são interpretadas por crianças dos anos iniciais do ensino fundamental, integrantes de três escolas públicas, duas urbanas e uma rural. Consideramos a perspectiva dos estudos sobre gênero, identidade e diferença e literatura infantil. Amparamo-nos em autores como Meyer (2003), Goellner (2003), Auad (2006) Colomer (2005). Discutimos a temática a partir da contação de três obras (O menino Nito de Sônia Rosa, O cabelo de Lelê de Valéria Belém e Samantha gorducha vai ao baile das bruxas de Kathryn Meyrick). A fala das crianças e suas produções textuais e imagéticas evidenciaram a ratificação de significações consagradas – feminino frágil, dependente do matrimônio como solução dos conflitos, influenciado pelo amor romântico, completado pela maternidade – e outras percebidas como emergentes – feminino corajoso, capaz, independente. Quanto à masculinidade, destacamos a sensibilidade como traço emergente, distinto de significações hegemônicas percebidas em outros estudos.
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  • Gisele Maria Costa Souza (UFRRJ), Samantha Piler de Meneses (UFRRJ)
    Histórias infantis e gênero: uma literatura de muitos significados
    Objetivou-se conhecer os contos infantis mais representativos na infância de um grupo universitário. Com 117 graduand@s dos cursos de graduação da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, fez-se uma única pergunta: quais os três contos infantis vem imediatamente em sua lembrança quando digo histórias na infância. As respostas individuais foram escritas em uma ficha e analisadas com o software Ensemble de Programmes Permettant L'Analyse dês Évocations, com o objetivo de obter a frequencia e a ordem dessas evocações. Para subsídio teórico recorreu-se a Estés (2005) e Tatar (2004). Com oitenta e quatro histórias lembradas, a maior parte do grupo indicou Branca de Neve e Os três porquinhos. Nas evocações do sexo masculino: Os três porquinhos e Cavaleiros do zodíaco. O sexo feminino do grupo de 20 a 29 anos sustentou o maior número de evocações para a história Cinderela, seguido do grupo de 17 a 19 anos com a história A bela e a fera. A relação com a temática da beleza física é recorrente para o grupo feminino, ou seja, o jogo é de sedução (Jordão, 2005). Para o sexo masculino, o conteúdo predominante é a violência, ainda que nos três porquinhos não seja tão explícita, a questão da violência de um lobo gera insegurança situação presente nos problemas sociais.
  • Leda Cláudia da Silva Ferreira (UnB)
    As vontades de Raquel: o feminino na narrativa infanto-juvenil brasileira contemporânea a partir de obras de Lygia Bojunga
    Este trabalho pretende refletir acerca da construção do papel feminino na arte literária voltada para o público infantil e juvenil, numa tentativa de identificar e discutir questões relacionadas à ausência de representação, ao estereótipo, ou, ainda, à possibilidade de uma construção literária da presença feminina de forma múltipla e representativa. Vários são os discursos sociais que, desde a infância, nos apontam para o que é ser menino e o que é ser menina, numa perspectiva bipolarizada, na qual arranjos diversos não encontram abertura. Nessa tarefa, família e escola unem-se com o intuito de doutrinar acerca dos papéis sociais a serem desempenhado por homens e mulheres. A fim de discutir a relação entre literatura e construção de gênero, este estudo investiga a representação feminina em narrativas infanto-juvenis brasileiras contemporâneas, a partir de obras selecionadas e distribuídas pelo Ministério da Educação - MEC para escolas públicas do País, por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola. Para tanto, as obras Os colegas (1972), Angélica (1975), A casa da madrinha (1978), Corda bamba (1979), O sofá estampado (1980) e A bolsa amarela (1981), da autora Lygia Bojunga, serão analisadas mais detidamente.
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