Você está em: Página inicial » Simpósios Temáticos » 71. Teatro e Gênero

71. Teatro e Gênero

Coordenador@s: Kátia Rodrigues Paranhos (UFU), Maria Brígida de Miranda (UDESC)
Em 2008 realizamos o primeiro simpósio temático no Fazendo Gênero
dedicado a refletir sobre a história e a prática teatral. Nessa sua segunda edição reforçamos a necessidade de rever a história e teoria do teatro e construir novas práticas teatrais a partir das teorias de gênero e crítica feminista, no contexto do eixo temático do Fazendo Gênero 9: diásporas, diversidades e deslocamentos. Propomos temas nos campos da história; encenação; espetáculo e dramaturgia; e projetos teatrais sociais e ativistas.
1. Teatros feministas: Histórias de deslocamentos do centro para as margens da prática teatral -- de grupos mistos a grupos de mulheres;
2. Dramaturgia e encenações contemporâneas e performances que deslocam a ação tradicionalmente periférica das personagens femininas para o centro da narrativa.
3. O corpo da diáspora africana nas margens do teatro brasileiro. A presença das mulheres na prática teatral de grupos negros.
4. O trânsito negado ao corpo institucionalizado. As práticas teatrais em presídios, asilos e hospitais psiquiátricos.
5. A presença e a representação da mulher nos grupos de teatro ativistas urbanos e camponeses.

Local: Sala 326 do CFH

Resumos


24/08 - Terça-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Solange Pimentel Caldeira (UFV)
    Pina Bausch: uma construção poética da significação cultural e histórica dos corpos
    A obra da alemã Pina Bausch, uma das mais importantes figuras do teatro e da dança do século XX e XXI, traz consigo seu próprio absurdo: a dúvida sobre si mesma. Sua dramaturgia, escrita corporalmente, conduz a personagem feminina para o centro da narrativa. Este artigo apresenta uma síntese de sua processualidade que confere à arte pensar o impensável, fabricando o ‘infabricável’, ainda que seja no terreno da criação. O tanztheater de Pina Bausch expressa o que é mais humano no homem: a crise e desencontro da linguagem de representação espacial do mundo onde os gêneros se misturam e se integram, característica que marca toda a construção poética da artista.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Gabriela Pereira Fregoneis (UDESC)
    Faces de Ofélia
    Dando continuidade ao estudo desenvolvido nos projetos de pesquisa realizados no período de graduação (pedagogia do ator, processos criativos e estéticas teatrais), bem como o atual projeto de mestrado (teatro, cinema e filmes de teatro), este artigo dedica-se a desenvolver uma análise entre a prática teatral-midiática desenvolvida no filme “Hamlet” do diretor ingles Peter Brook. É neste viés analítico entre som e imagem, ação e representação, que será realizada uma analise sobre as possíveis mudanças de “faces”de Ofélia no decorrer da encenação.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Maristella Letícia Selli (Unisul)
    Feminino plural: as representações do gênero feminino em Amélia Smith
    Este artigo apresenta uma leitura do gênero feminino em Amélia Smith, de Visconde de Taunay (1886), a partir de análises dos diálogos de três mulheres que se relacionam em um mesmo núcleo: Amélia, Lúcia Peres e Mariúna. O objetivo do presente trabalho é analisar as representações das imagens femininas por meio de diálogos de textos dramatúrgicos. Pretende-se abordar questões relacionadas ao andamento da trama por influência feminina, especificamente a demarcação binária, feminino e masculino, com a finalidade de compreender certas figurações do gênero feminino no teatro do século XIX.
  • Kátia Rodrigues Paranhos (UFU)
    Homens e mulheres do subúrbio: uma viagem de trem com João das Neves
    Esta comunicação aborda os significados plurais das representações femininas e masculinas em "O último carro" de João das Neves. Nesse sentido, o foco de análise está centrado nas relações de poder estabelecidas confusamente num emaranhado de seres ignorados pelos “cidadãos contribuintes”, fazendo emergir uma fauna de alcagüetes, prostitutas, homossexuais, cafetões e cafetinas, operários, policiais corruptos: seres jogados em cena sem nenhuma cortina de fumaça. Nessa peça, avultam como temas a solidão e a decadência humana, o círculo vicioso da tortura mútua e a absoluta falta de sentido nas vidas degradadas, a sexualidade e os padrões de comportamento dominantes, o beco sem saída da miséria e a violência, a superexploração do trabalho humano e a morte prematura como horizonte permanente. Sobressaem, portanto, sujeitos sociais distintos, marcados pela tragédia individual e coletiva.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Mariene Hundertmarck Perobelli (UFU)
    Joana: mulheres (entre) tempos
    Tomando como pré-texto a obra “Do gabinete de Joana” do dramaturgo e cineasta Rubens Rewald, este trabalho estabelece relações entre mulheres de diferentes tempos e espaços presentes na obra. Christine de Pisan, poeta, historiadora, inventora, mestre, diluidora. Foi a primeira feminista que se tem história. Isso há mais de quinhentos anos, em um mundo totalmente masculino. Christine escreve um poema em homenagem à donzela: Joana D’Arc. Uma mulher que podia ver as vozes com os olhos de seu corpo. Largou sua vida camponesa e foi lutar pela França, guiada por vozes divinas. A terceira personagem é o elo de ligação entre o tempo, o espaço e estas mulheres: Joana. Uma historiadora, pesquisadora que escreve uma tese em meio ao caos e excesso de informações e ações da vida contemporânea. A livre-adaptação do texto original, criada pela autora deste trabalho que virá a ser encenado por ela em 2010, coloca em cena ainda outra mulher: a própria atriz. A artista em busca da personagem, em busca de si. Mulheres interligadas através do tempo: Christine de Pisan, Joana D’Arc, Joana, Atriz. Olhar para a outra e desvendar-se. Reversibilidade e intersubjetividade. Tal pesquisa segue o percurso fenomenológico, guiada por Maurice Merleau-Ponty.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Priscila de Azevedo Souza Mesquita (UDESC)
    A representação do feminino: a criação teatral através do processo colaborativo com um grupo de mulheres
    O desenvolvimento do projeto de pesquisa de mestrado intitulado “Mulheres que dançam com os Lobos: uma experiência teatral baseada na obra de Clarissa Pínkola Estés”, em um laboratório de investigação cênica, desenvolve uma dramaturgia através do processo colaborativo, tendo como estímulo inicial os mitos contados e analisados por Clarissa Pinkola Estés, na obra “Mulheres que Correm com os Lobos: mitos e histórias do arquétipo da mulher selvagem”. Estes mitos são resignificados ao entrarem em contato com outros elementos propostos pelas integrantes do grupo. Considerando os problemas apontados na pesquisa de André Luís Gomes e Laura Castro Araújo, sobre a representação da mulher na Dramaturgia Brasileira Contemporânea, este artigo apresenta alguns aspectos sobre a criação teatral através do processo colaborativo para que, por meio deste, possamos problematizar questões que permeiam o universo feminino a partir de uma nova perspectiva. Partindo da formulação de tais questionamentos: Quais são os procedimentos para criar tal dramaturgia? Como utilizar os mitos de forma que estimulem a criação de textos e cenas que tratem de questões feministas? A partir destes questionamentos, almeja-se apontar algumas estratégias para o desenvolvimento de uma dramaturgia colaborativa feminista.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Lara Tatiane de Matos (UDESC)
    A atriz no teatro de grupo - A experiência no Odin Teatret
    Para Denis Genóun o teatro na contemporaneidade tem sua importância ligada ao jogo que existe tanto naqueles que o praticam quanto naqueles que o desfrutam. Parece importante considerar a relação do teatro com a sociedade partindo da relação entre espectador e artista (seja ele dramaturgo, diretor, ator, técnico), mas também é fundamental considerar os próprios praticantes do teatro como um campo em potencial a ser estudado, fundamentado na relação entre a sociedade e o artista que em sua prática teatral, pode recriar, manter ou reforçar aspectos já existentes desta realidade, este artigo trata da elaboração da pesquisa sobre a relação entre a voz feminina, enquanto poder de fala, e o teatro de grupo, partindo de uma experiência concreta aqui exemplificada pelo grupo dinamarquês Odin Teatret, a partir das práticas teatrais executadas por uma atriz do grupo, que são analisadas de um ponto de vista dos estudos de gênero.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Maria Aparecida Morais Lisboa (IIES)
    Dina Lisboa: uma atriz
    O objetivo deste estudo é reelaborar a trajetória da atriz Dina Lisboa pelas veredas das artes cênicas: recriar formas de agir, de pensar, de ocupar espaços sociais e culturais poucos comuns a membros do sexo feminino em Angatuba/SP e São Paulo.
    Representava, na década de 1940, uma mulher com perspectiva profissional, dona de si, de sua vida, de sua sexualidade. Como atriz, mais exposta à modernização e sujeita a pressões, enfrentou críticas e incompreensões.
    Na Escola de Arte Dramática de São Paulo, constatou-se o avanço na aprendizagem de uma arte que possibilitou à Dina um reencontro com sua plenitude e com sua realização pessoal e, no Teatro Brasileiro de Comédia, desenvolveu no seu papel de atriz, o compromisso sociocultural de cidadania.
    Criticas, prêmios; Dina marcou o protagonismo feminino no teatro, no cinema e na televisão, com seus traços fortes e modernos. Tornou-se uma figura de vanguarda na construção e desenvolvimento do teatro infantil paulista.
    Procurou-se através da utilização da metodologia de pesquisa qualitativa nas Ciências Sociais a história oral, aliada ao estudo das fontes escritas (textos, jornais, cartas, revistas), orais (depoimentos) e imagéticas (fotografias), contribuir para enriquecer a história do Teatro Nacional e a historia da vida de mulheres brasileiras.

25/08 - Quarta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Maria Brígida de Miranda (UDESC)
    Retratos de Augustine: de paciente histérica a heroína feminista
    A relação entre histeria e teatro, é o mote de pelo menos duas peças da dramaturgia feminista da década de 1990 que tratam de uma mesma personalidade histórica. Mesmerized (1990), das autoras australianas Peta Tait e Matra Robertson, e Augustine -- Big Histeria (1991), da autora e diretora inglesa Anna Furse, são textos teatrais escritos a partir do acervo documental e iconográfico do hospital francês La Salpêtrière. O acervo iconográfico do final do século XIX sobre histeria revelou para essas autoras a predominância das fotografias de uma paciente de quinze anos internada sob o nome de Augustine. Eleita pelo reconhecido neurologista francês Dr. Jean-Martin Charcot como "a perfeita ilustração da histeria" a jovem Augustine entrou para a história ao ser frequentemente exposta nas palestras públicas de Charcot e extensamente fotografada pelo Doutor Paul Régnard.
    Nessa comunicação destaco alguns pontos da estrutura dessas duas peças teatrais que buscam reconstruir a história de Augustine transformando-a de histérica sedutora em heroína feminista.
  • Agathe Bel (Paris 3 Sorbonne Nouvelle / UFBA), Antonia Pereira
    O corpo das mulheres de díaspora afro-descendente no teatro contemporeano
    O corpo da mulher dentro do teatro contemporeano das díasporas afro-descendente, estudo comparativo entre Jaz de Koffi Kwahulé, autor originario da Costa do Marfim morrendo na França, e Cabaré da Raça do Bando Teatro Olodum de Salvador de Bahia.
    O corpo das mulheres expôe no palco traz a violencia da mémoria africana falando de como ultrapassar o passado e assumir a posição atual da mulher dentro das nossas sociedades.
    A pesquisa comparativa abre caminho de compreensão ampla da posição da diaspora afro-descendente no mundo. Trabalhando sobre o corpo da mulher como objeto de desejo, como objeto de criação, como objeto de persecussão; esse trabalho fala de como o teatro encena a questão feminina no movimento de um corpo exilado. A relação ao excesso e a perda trazida pela poética de trûculencia sera nosso fio direitor para intender os mecanismos em ação nessas peças.
    Perguntando mémoria e construção, politica e humanidade, pôr a questão afro-descendente no teatro hoje é essencial ao crescimento das nossas sociedades em relação nessa população.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Nadir Nóbrega Oliveira (UFAL)
    Refletores para as mulheres que fazem os blocos afros
    Este trabalho é parte da minha pesquisa no doutorado em Artes Cênicas no PPGAC-UFBA, que como artista, professora e militante social vou sendo conduzida pela paixão e pelo desejo de compreender como as práticas espetaculares são construídas e resignificadas por mulheres negras e mestiças nos espaços dirigidos por homens nos quatro blocos afros do carnaval soteropolitano que são: Ilê Aiyê, Malê Debalê, Olodum e Bankoma. Já há algum tempo nestas minhas trajetórias artísticas e de militância venho tentando em trazer para a academia questões relacionadas com os fazeres e saberes sócios culturais e políticos destas mulheres na sua maioria negras, o que algumas autoras designam como "temática" de gênero e feminista.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Fátima Costa de Lima (UDESC/Unisul)
    Solange Adão: trajetória de uma atriz negra
    Solange Adão, ao interpretar suas personagens de teatro, se representa como mulher e como negra, desdobrando sua arte para além das convenções teatrais. Suas atitudes políticas e escolhas artísticas resultaram no atrelamento de sua imagem de atriz à cultura afrobrasileira. Bastante divulgado no metier artístico florianopolitano, seu trabalho, porém, não encontra eco na pesquisa acadêmica. Este artigo destaca, a partir de seu testemunho recolhido pela pesquisadora, os sentidos da trajetória de uma mulher negra numa cidade que, fora do carnaval, tende a invisibilizar as manifestações culturais de sua população afrodescente.
  • Rosa Ana Gubert (UDESC)
    Representações do feminino em espetáculo teatral encenado por camponesas do MMC-SC
    Este trabalho faz parte da pesquisa de mestrado em teatro iniciada em 2008. A mesma buscou conhecer e analisar duas experiências pioneiras de teatro com mulheres camponesas, realizadas nos anos de 2008 e 2009 em Santa Catarina. Ambos os espetáculos foram organizados pelo Movimento de Mulheres Camponesas de SC, o MMC-SC e diretores convidados e tiveram no seu elenco camponesas de várias faixas etárias provenientes de diversas comunidades rurais do estado, tendo sido concebidos na Sede do MMC-SC em Chapecó. Neste trabalho me debruçarei sobre o segundo espetáculo, intitulado “Histórias Agroecologicas, Histórias de Mulheres Camponesas”, do grupo “Resistência e Arte”, do MMC-SC. O espetáculo teve seu processo criativo no primeiro semestre de 2009, estreando e seguido por uma turnê pelo interior e capital do estado no mesmo ano. Neste participei como diretora teatral. Neste trabalho darei ênfase aos aspectos que envolveram a representação da mulher e do feminino, a forma como este tema foi construído durante o processo de criação do espetáculo e como essas representações estão presentes no resultado formal.
  • Daniel Oliveira da Silva (UDESC)
    Leona Cavalli: criação e reflexão de uma atriz no novo cinema brasileiro
    Uma expansão da função d@s intérpretes teatrais pode ser observada a partir de diversas práticas teatrais colaborativas dos anos de 1970, experiências que lhes possibilitaram interferir tanto na autoria cênica quanto na reflexão sobre seu ofício, uma vez que passam a dialogar diretamente com a escritura do texto e da encenação, e da formulação de métodos de trabalho, em processos de hegemonias distintas. No cinema contemporâneo, algumas experiências parecem possibilitar esta autonomia d@ intérprete. Neste texto apresentamos uma reflexão sobre o trabalho da atriz Leona Cavalli, cuja carreira frente às câmeras nasce junto ao Novo Cinema Brasileiro, e a partir de seus depoimentos buscamos refletir sobre seus trabalhos cinema, forma artística em que o roteiro quase sempre é um texto prévio e de certa forma mais “restrito” a outras interferências. Qual a colaboração d@ intérprete como criador no cinema? Que tipo de investigação sobre atuação desenvolve em cinema, uma vez que sua criação, salvo em algumas exceções, se desenvolve em grande parte no próprio ato de filmagem? Única atriz deste contexto cinematográfica a escrever um livro sobre seu ofício, a Leona nos empresta sua voz para elucidar sobre algumas características deste novo desdobramento do papel d@ intérprete.
  • RosiMeire Da Silva (UDESC)
    Diálogo com uma atriz em seu processo criativo cênico
    O presente artigo pretende discutir a participação da atriz na cena teatral contemporânea brasileira. O treinamento psicofísico é um dos conceitos teatrais que será discutido juntamente com a questão de gênero. Pois, o treinamento psicofísico para o desenvolvimento criativo da atriz pode ser um viés para o desenvolvimento do trabalho sobre si mesmo, momento em que se pode de alguma forma, refletir e re-constrir o feminino pelas atrizes em seus processos de treinamentos e em suas criações artísticas. Para tal discussão a atriz Ana Cristina Colla do grupo teatral LUME, será entrevistada para apresentar aspectos de suas idéias e práticas, tanto de seu trabalho de grupo quanto em seu trabalho solo, buscando a perspectiva de uma mulher para a presença feminina no teatro brasileiro contemporâneo.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Lisa Souza Brito (UDESC)
    Análise da personagem Ofélia na montagem de Hamlet sob a direção de Peter Brook
    Analisando a personagem Ofélia da peça Hamlet de Shakespeare, percebe-se diversos signos que indicam a visão sobre a mulher européia do século XVI. Pode-se analisar esta personagem buscando os padrões da figura feminina no teatro. De certa forma, é possível perceber em inúmeras peças a imagem da mulher caracterizada como uma figura frágil, e com uma predisposição a loucura, pois são mulheres retratadas como extremamente sensíveis. Como por exemplo, é o caso de Ofélia, uma mulher criada para casar, e que posteriormente enlouquece e se mata. O que acontece quando essa personagem marcadamente européia é representada por uma mulher de outra cultura? Peter Brook transgredindo esses padrões do feminino europeu coloca em cena, representando Ofélia, uma mulher indiana, não apenas pela sua nacionalidade, mas pela sua caracterização.
    Como vemos a personagem Ofélia, sendo esta uma mulher européia, representada por uma indiana? Essa mudança cultural interfere no desenrolar da encenação para o espectador? Que semelhanças e diferenças existem entre essas duas mulheres (a personagem e a atriz) para o nosso olhar? Esta mudança interfere na visão do feminino da peça?

26/08 - Quinta-feira - Tarde (14h às 18h)
  • Morgana Fernandes Martins (UDESC)
    Chiquinha Gonzaga: uma marca no teatro de revista, na música popular brasileira, no Brasil
    Francisca Hedwigws Gonzaga, famosa no Brasil como Chiquinha Gonzaga, foi uma artista musical de importância ímpar para o país. Suas composições – que resultaram em mais de trezentos títulos variando entre maxixe, samba, marchinhas carnavalescas e demais ritmos populares – percorreram ruas e palcos deixando sua marca na história da música popular brasileira. Neste artigo proponho como centro da pesquisa realizar um levantamento histórico retratando de que maneira as obras musicais de Chiquinha Gonzaga contribuíram para o gênero Teatro de Revista no final do século XIX e início do XX no Brasil e a repercussão dessas canções posterior às peças apresentadas. Em torno disso elaboro uma breve biografia da vida da compositora, uma vez que este fragmento nos faz compreender as escolhas do estilo musical da musicista, como também dedico uma parte do estudo a um sucinto levantamento histórico das correntes musicais populares brasileiras até chegar no estilo desenvolvido por Chiquinha Gonzaga. A base bibliográfica está apoiada nos estudos de Edinha Diniz, maior pesquisadora sobre Chiquinha Gonzaga no Brasil, além de Ary Vasconcelos e Waldenir Caldas que nos ajudará a compreender a história da musica popular brasileira na época em que Chiquinha Gonzaga compôs suas obras.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Vera Regina Martins Collaço (UDESC)
    Vedetes, cômicas e empresárias: as mulheres em vários deslocamentos no interior do Teatro de Revista
    O Teatro de Revista se consolidou no Brasil nas duas décadas finais do século XIX, tendo como elemento chaves desta sedimentação os dramaturgos Arthur Azevedo e Moreira Sampaio. O primeiro sucesso deste gênero em terras brasilis foi de autoria da dupla citada com a Revista de Ano – 1884 – denominada O Mandarim. O espaço revisteiro era ocupado, seja na escrita, no palco, direção ou empresários por figuras dominantemente masculinas. Este domínio se estendeu do século XIX às duas primeiras décadas do século XX. Ao entrar na década de 1920 este gênero já se formulava com outra roupagem, e neste novo figurino começavam a ganhar espaços as figuras femininas. Num primeiro momento sua função está mais canalizada para a cena, seja como vedetes e/ou cômicas. O que já demonstra o deslocamento de papel cênico de algumas atrizes deste gênero, ou seja, atuavam num diapasão sensual-físico e podiam, num mesmo espetáculo, explorar suas potencialidades cômicas de cena. Neste sentido devo ressaltar, nesta comunicação, este movimento realizado por duas grandes atrizes, Araci Corte e Margarida Max, que atuaram com grande destaque nas décadas de 1920 a 1940. E a opção por estas duas atrizes foi motivada pelas mesmas terem possuído uma companhia de revista, ou seja, também atuarem como empresárias.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Adriana Patrícia dos Santos (UDESC)
    Poética negra no teatro revisteiro – identidade e relações-inter-raciais na cena brasileira
    O coletivo negro no teatro, aparece significadamente na presença da Companhia Negra de Revista formada em 1926.
    Sabemos que o negro no teatro brasileiro tem sua trajetória marcada por estereótipos e duvidosas concepções identitárias, refletindo o contexto das tensas relações inter-étnicas existentes desde a diáspora e o contato entre as diferentes culturas neste país. Desde então, a luta contra o preconceito e a busca de suas identidades e uma voz dentro da cultura brasileira tem sido a grande saga do negro brasileiro, seja no teatro ou fora dele.
    Abordar o Teatro Negro de Revista e retornar ao período incipiente de nossa república pode permitir um delineamento dos discursos sobre a poética do negro no teatro brasileiro de nossos dias.

    DownloadDownload do Trabalho
  • Barbara Heller (UNIP)
    Teatro de revista: autoras, censura e representações
    Este trabalho é parte da pesquisa que desenvolvo junto ao projeto temático Comunicação e Censura: análise teórica e documental de processos censórios a partir do Arquivo Miroel Silveira da biblioteca da ECA/USP, responsável por conservar e estudar mais de seis mil processos de censura prévia ao teatro. As mediações entre o poder hegemônico e as autoras de teatro de revista -- gênero caracterizado como um espetáculo ligeiro, musicado, que passa em revisão, de forma cômica, os acontecimentos da época -- são o foco de minhas análises. Dos 1040 títulos de teatro de revista abrigados no acervo, apenas 23 são de autoria feminina, número que mostra a marginalidade das mulheres enquanto produtoras de texto teatral, mas não enquanto personagens, graças ao grande número de papéis, muitas vezes pejorativos, que lhes eram atribuídos pelos autores homens e mulheres. Neste texto, analiso oito peças teatrais escritas por mulheres dos anos 20 a 50, cujos temas versam sobre costumes e representações da identidade feminina. O feminismo começa a figurar neste gênero teatral, mas com um viés malicioso e apolítico, o que sugere o deslocamento do “real” para a ficção e a internalização da censura ao movimento feminista por parte das mulheres autoras.
    DownloadDownload do Trabalho
  • Maurício de Bragança (UFF)
    O ponto G do cabaré: redefinições da sexualidade e do erotismo feminino no cabaré mexicano contemporâneo
    O teatro de revistas foi, no México, um tipo de espetáculo muito popular entre as décadas de 1920 e 1940, que levava ao palco dramatizações satíricas de fatos da vida cotidiana nacional. A encenação era marcada pela utilização de elementos populares desprezados pela crítica de “bom tom”, com a presença de modismos verbais, de tipos populares e da sátira de personagens famosos no cenário nacional. A presença feminina era fundamental, e o corpo da mulher convertia-se na grande atração, que acrescentava sensualidade e picardia aos números musicais. Este corpo era formatado pelo olhar masculino, que definia os contornos da sensualidade feminina e a performance do erótico destinado ao prazer do homem. Recentemente, o cabaré mexicano vem sendo recuperado por uma série de cabareteras que redefinem o corpo da mulher em performance, recusando a submissão ao desejo masculino. Dentre estas “cabareteras-feministas”, encontramos Astrid Hadad e Liliana Felipe. Através de dois de seus conhecidos números (El punto G e Las Histéricas, respectivamente), pretendemos problematizar a construção de um outro corpo feminino em performance que enfrenta a cultura patriarcal e misógina que, historicamente, pautou a construção da sexualidade e do erotismo feminino na cultura popular mexicana.
  • Marisa de Souza Naspolini (UDESC)
    Magdalenas em cena: da produção periférica ao centro da ação
    Esta comunicação visa apresentar a experiência de algumas atrizes e diretoras integrantes do Projeto Magdalena (rede internacional de mulheres de teatro, fundada em 1986 no País de Gales) cujo percurso traz à tona singularidades na forma de conduzir o processo criativo, assim como a trajetória profissional. Trabalharei com artistas que vivem e trabalham em condições “periféricas”. Ainda que localizada na Europa, sua produção artística traz características de um teatro periférico, distanciado dos grandes centros e da produção hegemônica.
  • Érika Cecília Soares Oliveira (UNESP), Maria de Fátima Araújo
    Vîolência contra a mulher, psicanálise e Teatro do Oprimido
    O presente trabalho faz parte do projeto de Doutorado em Psicologia e Sociedade, pela UNESP de Assis. Pretendemos contribuir com a discussão sobre violência contra a mulher (VCM) além de realizar uma nova abordagem para o tema. Utilizaremos, para isso, de uma peça de teatro escrita por uma das pesquisadoras e o método do Teatro do Oprimido (TO), na modalidade do Teatro Fórum (TF), na discussão da VCM com mulheres e homens de uma cidade do interior paulista. O TO, método criado por Augusto Boal (2005), dá voz às populações oprimidas (no caso, às mulheres) e trabalha relações de poder, desigualdade social e cidadania. A modalidade do TF oferece à plateia presente a possibilidade de propor outros finais para a peça encenada. Busca-se assim, por meio desse dispositivo teatral, promover discussões sobre a VCM, mobilizando os(as) participantes do TF para a resolução das situações de conflito encenadas. Além do instrumental do TO, as perspectivas psicanalítica e de gênero serão tomadas como marcos teóricos da pesquisa, na tentativa de estabelecer um diálogo entre elas e avançar na compreensão dos múltiplos fatores envolvidos na VCM. Desta forma, espera-se ultrapassar visões meramente socializantes ou psicologizantes das relações sociais entre os sexos, desvelando também o seu caráter político.
    DownloadDownload do Trabalho
Apresentação | Site geral do FG | Comissões | Inscrições | Programação | Cronograma | Anais Eletrônicos | Simpósios Temáticos
Pôsteres | Minicursos | Oficinas | Reuniões | Cultura | Lançamentos | Mostra Audiovisual | Mostra de Fotografias
Crianças no FG9 | Informações úteis | Hospedagem | Transporte | Notícias | Entre em Contato
Visite o web-site da DYPE Soluções!